Economia

País atinge 2,5 milhões de lojas, mas ritmo reduz e cria alerta

Como resultado, a participação do varejo no total de negócios em operação no Brasil está em declínio

A crise econômica que afetou o comércio brasileiro após 2021 continua a adiar uma retomada do crescimento orgânico do setor. Após a pandemia ter interrompido projetos, o varejo conseguiu abrir mais lojas físicas e on-line em 2023, porém, o ritmo de inaugurações volta a perder força, de acordo com levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), divulgada em reportagem do Valor.

Mudanças no mercado de varejo

Esse movimento reflete um cenário de investimentos ainda contidos, em meio a uma demanda doméstica que não mostra sinais de recuperação consistente. Como resultado, a participação do varejo no total de negócios em operação no Brasil está em declínio, e o setor de prestação de serviços, pela primeira vez, ultrapassou a metade do total de lojas em operação (50,9%) no ano passado.

Perspectivas para 2024:

Para o ano de 2024, tem crescido o discurso entre as redes varejistas de redução ou manutenção das inaugurações em relação ao ano anterior, com expectativas mais próximas do “piso” do que do “teto” das projeções informadas ao mercado. Uma reação mais expressiva na expansão dependerá de um cenário de aceleração no consumo, possivelmente impulsionado pela liberação de crédito mais acessível após a queda dos juros, além da continuidade da queda da inflação.

Atacadistas, supermercados, lojas de móveis e eletrônicos, produtos para animais de estimação e moda têm adotado essa postura de redução ou estabilidade nas expansões neste ano, incluindo empresas como Magazine Luiza, Petz, Assaí e GPA.

Expectativas no setor farmacêutico

No entanto, parte das cadeias de farmácia é a única com projeções de mais aberturas, embora haja diferenças entre elas. Enquanto a Pague Menos reduziu as inaugurações, focando em reestruturação e redução das despesas com juros, a Raia Drogasil (RD) planeja aumentar o número de estabelecimentos.

Os dados coletados pela CNC no Mapa das Empresas do governo federal mostram que, no ano passado, o total de estabelecimentos atingiu 2,53 milhões, um aumento de 8,1% em relação ao ano anterior. Embora esse crescimento seja menor do que nos anos anteriores, a área econômica da entidade destaca que a expansão ocorreu sobre uma base de comparação maior. Os números não consideram empresas abertas pelo regime do Microempreendedor Individual (MEI), o que poderia afetar a amostra.

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