A pandemia de covid-19 custou às famílias brasileiras R$ 30,560 bilhões nos dois anos de pandemia, de acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) 2021 divulgado nesta sexta-feira (10).
Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a massa de rendimento mensal real domiciliar per capita, ou seja, a soma de toda a remuneração das famílias, totalizou R$ 287,703 bilhões no ano passado. O valor é R$ 19,150 bilhões a menos do que o registrado em 2020, ou seja, queda de 6,2%.
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Todas as regiões do Brasil recuaram no tocante ao rendimento domiciliar per capita mensal. A maior queda foi vista no Nordeste, onde o tombo foi de 12% na comparação anual.
Os dados também jogam luz à desigualdade social no País: enquanto os 10% com os menores rendimentos são detentores de apenas 0,7% da massa de renda em circulação na economia, o grupo dos 10% mais ricos concentra 42,7% da massa total de renda.
“Além disso, cabe destacar que este último grupo possuía uma parcela da massa de rendimento maior que a dos 80% da população com os menores rendimentos (41,4%)”, ressaltou o IBGE.
Impacto do Auxílio Emergencial
Apesar da melhora no mercado de trabalho, a redução do alcance e do valor do Auxílio Emergencial impactou negativamente a renda das famílias. A categoria que abrange as pessoas recebendo “Outros programas sociais”, que inclui o auxílio emergencial pago pelo governo aos mais vulneráveis, caiu de 23,7% em 2020 para 15,4% em 2021. Já a porcentagem de domicílios com beneficiários do Bolsa Família subiu de 7,2% para 8,6% no mesmo período.
O número de pessoas sem nenhum tipo de renda cresceu. Isso pode ser observado a partir da redução da proporção de brasileiros com rendimento, que caiu de 61% para 59,8%, o mesmo percentual de 2012 e o mais baixo da série histórica. Essa redução foi observada em todas as regiões do País.
A renda mensal das fontes que possuíam algum tipo de rendimento foi de R$ 2.265 no ano passado, novamente o resultado mais baixo da série histórica. O valor é 5,1% mais baixo que o registrado em 2020, que já havia apresentado redução de 3,4% em relação aos anos anteriores à pandemia de covid-19.