Para combater a inflação, o Ministério da Economia está estudando zerar as tarifas de importação de 11 produtos, incluindo itens usados na construção civil, como material siderúrgico, e da cesta básica. A medida busca causar um “choque de oferta”, diminuindo os preços da indústria brasileira.
Em março deste ano, o governo já havia aprovado uma medida semelhante, que zerou os tributos de importação do etanol, alguns alimentos e bens de informática e de capital até o fim de 2022.
Com a notícia, as ações de siderúrgicas listadas na Bolsa de Valores despencaram nesta terça-feira (10). Às 15h55 (de Brasília), os papéis da CSN (CSNA3) recuavam 7,13%, enquanto Usiminas (USIM5) e Gerdau (GGBR3) caíam 8,91% e 5,77%, respectivamente.
A medida deve ser discutida pelo Gecex (Comitê Executivo da Câmara de Comércio Exterior) na quinta-feira (12). Também deve entrar em pauta uma nova rodada de diminuição de 10% da Tarifa Externa Comum (TEC) do Mercosul.
Tal medida propõe reduzir as alíquotas cobradas na compra de produtos de fora do bloco. Dessa forma, o governo procura reduzir o custo de importação de diversos itens, o que contribuiria para forçar os preços da indústria nacional para baixo.
Em novembro do ano passado, a primeira rodada de redução foi aprovada pelo Mercosul. A redução foi de 10% para a importação de 87% dos produtos de fora do bloco. Em um primeiro momento, o Brasil defendeu que todos os produtos de fora do Mercosul tivessem a tarifa reduzida. Porém, a Argentina solicitou que produtos sensíveis para os vizinhos, como automóveis, autopeças, laticínios, têxteis, pêssegos e brinquedos fossem mantidos.
Inflação preocupa brasileiros
A alta inflação continua no radar dos brasileiros e do governo. Na última quarta-feira (4), o Banco Central (BC) aumentou a taxa Selic em 1 ponto percentual, em uma tentativa de frear a alta dos preços.
Nesta terça-feira, o BC divulgou a ata da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária). O documento destacou o impacto da gasolina da inflação e reforçou que a instituição deve subir a Selic novamente em junho, mas em menor intensidade.