De acordo com o relatório Payroll divulgado pelo Departamento de Trabalho dos EUA, nesta sexta-feira (7), o país criou 272 mil vagas de emprego em maio, muito acima dos 185 mil esperados pelo consenso LSEG de analistas.
A surpresa, na avaliação de especialistas ouvidos pelo BP Money, é “extremamente negativa” do ponto de vista da política monetária.
“Com o mercado extremamente aquecido, o consumo é impactado e pressiona a inflação. Automaticamente dificulta o corte de juros por parte do Fed. O dado é uma ameaça para o início da queda de juros no mês de setembro”, pontuou Felipe Vasconcellos, sócio da Equus Capital.
Jefferson Laatus, estrategista-chefe da Laatus, chamou atenção para o crescimento dos salários. A expectativa dos analistas era de alta de 0,3%, abaixo do valor de 0,4% registrado no mês.
“Lembrando que o anterior era 0,2%. Isso mostra que o salário está subindo e está acompanhando o movimento da inflação. O único item discrepante é que os dados de desemprego subiram. Foi para 4% mas, mesmo assim, esse dado forte anula de certa forma os dados que saíram de PIB, mostrando uma certa desaceleração”, disse Laatus.
Para Fábio Murad, sócio da Ipê Avaliações, os números do payroll indicam expansão da economia em “ritmo estável”, o que, segundo ele, afasta os riscos de recessão nos EUA.
“Esses dados provavelmente fazem com que o Fed espere mais para cortar as taxas de juros. Wall Street está apostando que a primeira redução não ocorrerá pelo menos até setembro. O Fed tem sido dissuadido pela inflação persistente e está procurando sinais de desaceleração do crescimento econômico antes de cortar as taxas”, avaliou Murad.
Mais dados do payroll
Foi observada maior geração de empregos especialmente em setores como cuidados de saúde; governo; lazer e hospitalidade; e serviços profissionais, científicos e técnicos.
Após a divulgação dos dados, às 9h35 (horário de Brasília), os futuros da Nasdaq 100 Futuros recuavam 0,21%, enquanto S&P 500 Futurosperdia 0,30%, e Dow Jones Futuros estava em baixa de 0,33%. Já o Ibovespa Futuros recuava 1,06% e o dólar no Brasil subia 0,53%, a R$5,2842.