Economia

Payroll: economistas esperam números acima de 200 mil

Economistas procurados pelo BP Money explicam o cenário e dizem que o número não é "muito alto"

Foto: Unsplash
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A semana, com resultado de dados econômicos norte americanos, tem atenção máxima dos agentes do mercado, que observam, também, os impactos que os números levam às futuras decisões do Fed (Federal Reserve). Ao BP Money, analistas afirmam que o consenso espera mais de 200 mil vagas de emprego, divulgados pelo Payroll.

“Isso não é uma quantidade muito alta, levando em consideração as 500 mil vagas criadas de quando a gente tinha outros dados do payroll divulgados mais aquecidos”, avaliou Rodrigo Cohen, embaixador da XP Investimentos e co-fundador da Escola de Investimentos.

Abril começou com as instituições dos EUA divulgando outros indicadores da economia, como o Jolts de fevereiro, que revelou alta com 8,8 milhões de vagas de emprego em aberto. Bem como o PMI de Serviços, de março, que expressou recuo a 51,7 ante 52,3 no mês anterior.

“O Payroll é o dado mais esperado da semana, pois pode trazer indicativos de quando teremos uma queda de juros nos EUA”, reiterou Cohen.

Porém, qualquer criação de vagas abaixo do esperado vai trazer alta à Bolsa, por corroborar com o aumento da expectativa de que os juros nos EUA comecem a cair em junho, disse o embaixador da XP.

Payroll: Economista-chefe do Banco Master diz que mercado quer o “bad news is good news”

“O Fed gosta muito de olhar essa relação vaga aberta por desempregado. Na média histórica a relação é de 1 para 1, depois da pandemia, com super estímulos foi 2 para 1, ou seja, em algum momento estavam com 5 milhões de desempregados e 10 milhões de vagas abertas. O  que ele [o Fed] considerava excessivo para um mercado de trabalho muito aquecido”, explicou Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master.

O executivo reforça a estimativa do consenso para o Payroll do mês de março, com mais de 200 mil vagas. Segundo ele, o mercado está estressado com a expectativa pela data de corte da taxa de juros do país.

“Começou a ganhar força a ideia de que os juros só vão cair em julho, não em junho. A partir dos comentários do [Jerome] Powell, na última sexta, o mercado empurrou mais alguma probabilidade para corte só em julho”, disse.

Para Gala, os outros dados, como PMI, mostraram relativa força, por isso, no momento, há um quadro de economia mais aquecida, o que atrasa o corte de juros.

“O que o mercado gostaria de ver, na verdade, é o ‘bad news is good news’. O mercado de trabalho fraco que antecipa o corte de juros”, expôs ele.

“Mas veremos. Será uma semana bastante importante para juros, para a curva de juros americana e brasileira também. [Assim como] para os ativos brasileiros”, finalizou o economista sobre o Payroll.