Como de costume, toda primeira sexta-feira do mês o indicador Payroll é divulgado nos Estados Unidos, a maior economia do mundo. O informativo é considerado um termômetro para a economia mundial, por também ser um marco regulatório na taxa de juros americano.
Mas o que é o Payroll? Quanto foi o Payroll do mês de agosto? Por que ele é importante para a economia brasileira?
A equipe da BP Money tratou de responder todas as questões e ensinar mais sobre o impacto da economia americana no resto do mundo.
Afinal, o que é o Payroll?
O Nonfarm Payroll, em português “folha de pagamento”, é um indicador que mede o desempenho do mercado de trabalho não-agrícola dos Estados Unidos. Normalmente divulgado na primeira sexta-feira do mês pelo Departamento de Trabalho Americano, o informativo basicamente mostra a realidade dos empregos do país, desconsiderando o setor agrícola.
Quanto mais empregos gerados, maior é o Payroll. Também ocorre o contrário, quando ocorre um número massivo de demissões nos país, os números impactam negativamente no indicador.
O Payroll divulga dados importantes para a economia Norte-Americana, como;
Ganho Médio por Hora; variação da taxa básica média horária dos principais setores da indústria
Taxa de Desemprego; percentual de pessoas em idade ativa desempregadas
A Balança Comercial; diferença entre importações e exportações
Geração de Empregos, como já foi citado
De quanto foi o Payroll de Agosto?
Segundo o Departamento de Trabalho dos Estados Unidos, responsável pelo relatório Payroll, a economia norte-americana gerou 235 mil empregos não-agrícolas em agosto. Especialistas esperavam uma adição de 725 mil empregos durante o mês.
O número representa uma desaceleração de 74,8% em relação ao último resultado no mês de julho, quando foram registrados 1,053 milhão novos empregos.
A taxa de desemprego ficou em 5,2% da força de trabalho, atendendo a expectativa dos analistas. Número representou uma queda em relação aos 5,4% registrados em julho.
Como o Resultado do Payroll impacta no Brasil?
Mesmo com os resultados sendo abaixo do consenso do mercado, o saldo da geração de empregos se manteve positivo no país e não deve sofrer grandes alterações na inflação.
“ Apesar do dado ter vindo abaixo do que boa parte do mercado esperava, é preciso destacar que a economia americana continua gerando empregos. Isso significa que o nível de atividade econômica está se reorganizando, as empresas privadas estão retomando e isso é um bom sinal”, afirmou Rafael Sales, consultor econômico da Arazul Capital.
Segundo Sales, a contínua recuperação econômica brasileira refletirá no aumento de negócios entre empresas privadas brasileiras e norte-americanas. “Somos um grande exportador de commodities, por exemplo, e a recuperação do consumo das famílias norte-americanas refletirá positivamente nas nossas exportações”, completou.
Mas, supondo que o Payroll tivesse um saldo negativo, a população norte-americana teria uma queda em seu poder de compra, impactando na circulação do dólar e, consequentemente, na inflação e na taxa de juros.
Com a menor circulação monetária, a inflação norte-americana sofreria com baixa, impactando na alta da taxa de juros para poder conter o crescimento inflacionário.
O problema é que a alta no juros dos Estados Unidos é extremamente prejudicial para países emergentes. Para manter a investidores na compra de títulos, o Brasil precisaria aumentar consideravelmente o juros para obter um valor acima da taxa norte-americana, o que poderia causar um desequilíbrio na economia.
“Neste momento em que a economia mundial está voltando a normalidade, um hipotético saldo negativo no payroll seria uma sinalização muito ruim para todos: chineses, europeus, brasileiros. A economia real poderia esfriar. Agora é hora da economia real voltar a ser a protagonista da história”, afirmou Sales.