Desemprego cresceu

Payroll: especialistas divergem sobre dados de desemprego

A taxa de desemprego no país cresceu 0,2%, chegando a 3,9%

Bandeira dos EUA
Bandeira dos EUA / Foto: Freepik

Dados do payroll sobre o desemprego nos EUA, divulgados nesta sexta-feira (8), divergem opiniões de especialistas. De acordo com o indicador, a taxa de desemprego no país cresceu 0,2%, de 3,7% para 3,9%.

Para Paulo Gala, economista-chefe do banco Master, o resultado é positivo, já que evidencia o retorno dos norte-americanos à força de trabalho.

“Isso é uma boa notícia, porque, quando as pessoas voltam para a força de trabalho, a oferta de emprego aumenta, e aí tem um efeito no aumento do desemprego, mas é uma sinalização de que a oferta de trabalho está se ampliando”, destaca o economista.

Segundo Thomas Monteiro, estrategista-chefe do Investing.com, apesar de o mercado estar comemorando o anúncio, ainda há um longo caminho pela frente, em referência à queda da inflação norte-americana.

“Este é mais um indicador de que a inflação não estará se aproximando da meta de 2% do Fed (Federal Reserve) tão cedo. Levando em consideração as pressões atuais advindas do aumento de custos trabalhistas sobre o aumento geral de preços ao consumidor, precisaríamos de um período prolongado de desemprego acima de 4% para ver as coisas se movendo na direção certa”, pontua.

Crescimento baixo dos salários é boa notícia

O resultado em relação aos salários dos trabalhadores norte-americanos foi de 0,1%, valor abaixo do esperado por analistas, que apostavam em 0,2% de crescimento. 

O Average Early Earnings, que mede as variações de ganhos dos trabalhadores americanos, foi 0,1%, enquanto o mercado esperava 0.2%. 

Paulo Gala descreveu os dados, que evidenciam o aquecimento baixo dos salários dos trabalhadores norte-americanos, como “muito bons”, em meio a pressões para redução da taxa de juros.

Revisões nos resultados do payroll fazem mercado desacreditar dos resultados 

O payroll revelou a criação de 275 mil novas vagas de emprego, resultado muito superior ao previsto por especialistas – 200 mil.

Para Marcelo Ferreira, CFA e co-fundador da Quantzed, apesar do número forte, as revisões constantes levam o mercado a duvidar dos números.

“O número veio mais forte, porém, com uma revisão para baixo nos números do mês anterior – de 353mil para 229mil. Na minha visão, essas revisões para baixo têm sido constantes e levam o mercado a duvidar dos números atuais anunciados”, diz.