“É um risco muito grande reduzir 0,50 agora, e eles não devem fazer isso. Pode ser que na próxima decisão isso mude, talvez com mais informações que tragam segurança para o Fed aumentar o ritmo”, pontuou Rodrigo Cohen, cofundador da Escola de Investimentos. A fala dele se referia as novas apostas que surgiram após os dados do Payroll.
Segundo ele, é possível que esse nível de corte ocorra na próxima reunião, após setembro. “Pode ser que na próxima decisão isso mude, talvez com mais informações que tragam segurança para o Fed aumentar o ritmo. Então, não acho que isso deva ser feito agora”, declarou o especialista.
De acordo com dados divulgados nesta sexta-feira (6), os EUA criaram 142 mil vagas de trabalho fora do setor agrícola no mês de agosto. O dado ficou abaixo do esperado pelo mercado global.
A estimativa dos analistas, conforme o consenso LSEG, era que o payroll apontasse a criação de um total de 160 mil vagas em agosto.
Diante do cenário, e como o Fed (Federal Reserve), o Banco Central dos EUA, já tem adotado uma postura mais cautelosa em relação à economia norte-americana, a análise de Lima é que a expectativa deveria ser de um corte de 0,25 p.p.
“O ideal é fazer uma primeira redução de 0,25; o mercado não está em hard landing. Depois, novos dados devem ser avaliados para a tomada de próximas decisões”, acrescentou.
Payroll mostrou taxa de desemprego estável em 4,2%
O relatório do payroll apontou que a taxa de desemprego ficou em 4,2%, menor que os 4,3% computados no mês anterior. Os analistas esperavam uma taxa de 4,2%. Já os salários por hora avançaram 0,4%.
“Revisões nos números anteriores indicaram menor crescimento do que o reportado anteriormente”, comentou Alex Andrade, CEO da Swiss Capital Invest.
Andrade também pontuou que o pós-eleição nos EUA pode fazer a economia norte-americana passar por ajustes, dependendo das políticas econômicas adotadas por quem vencer a disputa eleitoral. Estão na corrida eleitoral a democrata Kamala Harris e o republicano Donald Trump.
“Se houver aumento de gastos públicos ou estímulos fiscais, o mercado de trabalho pode se aquecer. Caso contrário, medidas de austeridade podem desacelerar a criação de empregos”, concluiu Andrade.