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Payroll: reduzir 0,50 p.p. na taxa de juros ‘é risco muito grande’, diz analista

“O ideal é fazer uma primeira redução de 0,25; o mercado não está em hard landing", disse analista

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EUA / Foto: Pixabay

“É um risco muito grande reduzir 0,50 agora, e eles não devem fazer isso. Pode ser que na próxima decisão isso mude, talvez com mais informações que tragam segurança para o Fed aumentar o ritmo”, pontuou Rodrigo Cohen, cofundador da Escola de Investimentos. A fala dele se referia as novas apostas que surgiram após os dados do Payroll.

Segundo ele, é possível que esse nível de corte ocorra na próxima reunião, após setembro. “Pode ser que na próxima decisão isso mude, talvez com mais informações que tragam segurança para o Fed aumentar o ritmo. Então, não acho que isso deva ser feito agora”, declarou o especialista.

De acordo com dados divulgados nesta sexta-feira (6), os EUA criaram 142 mil vagas de trabalho fora do setor agrícola no mês de agosto. O dado ficou abaixo do esperado pelo mercado global.

A estimativa dos analistas, conforme o consenso LSEG, era que o payroll apontasse a criação de um total de 160 mil vagas em agosto.

Diante do cenário, e como o Fed (Federal Reserve), o Banco Central dos EUA, já tem adotado uma postura mais cautelosa em relação à economia norte-americana, a análise de Lima é que a expectativa deveria ser de um corte de 0,25 p.p.

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“O ideal é fazer uma primeira redução de 0,25; o mercado não está em hard landing. Depois, novos dados devem ser avaliados para a tomada de próximas decisões”, acrescentou.

Payroll mostrou taxa de desemprego estável em 4,2%

O relatório do payroll apontou que a taxa de desemprego ficou em 4,2%, menor que os 4,3% computados no mês anterior. Os analistas esperavam uma taxa de 4,2%. Já os salários por hora avançaram 0,4%.

“Revisões nos números anteriores indicaram menor crescimento do que o reportado anteriormente”, comentou Alex Andrade, CEO da Swiss Capital Invest.

Andrade também pontuou que o pós-eleição nos EUA pode fazer a economia norte-americana passar por ajustes, dependendo das políticas econômicas adotadas por quem vencer a disputa eleitoral. Estão na corrida eleitoral a democrata Kamala Harris e o republicano Donald Trump.

“Se houver aumento de gastos públicos ou estímulos fiscais, o mercado de trabalho pode se aquecer. Caso contrário, medidas de austeridade podem desacelerar a criação de empregos”, concluiu Andrade.