Analistas comentam

PCE dos EUA: analista projeta corte de juros em setembro

Analistas avaliam o PCE dos EUA divulgado nesta sexta-feira (26)

PCE dos EUA
PCE dos EUA / Divulgação

Os dados divulgados pelo Departamento de Comércio dos EUA, nesta sexta-feira (26), mostram que o núcleo do índice de preços de gastos com consumo (PCE) avançou 0,3% em março em comparação com fevereiro.

“A boa notícia é que os dados divulgados nesta sexta-feira não excederam as expectativas do mercado”, inicia o economista-chefe da Suno Research, Gustavo Sung.

No entanto, Sung destaca que, os dados não são suficientes para uma revisão das projeções do mercado sobre o início do corte de juros, que deve ocorrer em setembro. “Nós da Suno Reseach, descatamos o início de cortes em junho e também passamos a projetar o primeiro corte em setembro”, avalia.

“Num cenário pessimista, com uma inflação menos benigna, o afrouxamento monetário poderia ocorrer em novembro”. Sung ainda ressaltou que o cenário é de incertezas sobre a evolução da inflação e do mercado de trabalho. 

Confiança americana

“Os dados de março do PCE não alteram o contexto delineado pelo FOMC ao longo dos últimos meses e não contribuem para gerar a confiança extra de que a inflação está de fato convergindo de forma sustentável para a meta de 2%”, comenta Danilo Igliori, economista-chefe da Nomad.

No entanto, Igliori ressalta que os dados relativamente fracos do PIB do 1T24, divulgados na quinta-feira (25), colocam no radar a possibilidade (ainda que remota neste momento) de termos um processo de estagflação sendo gestado.

“Inflação resistente e atividade fraca é tudo que se quer evitar. Os dados dessa semana certamente aumentam as tensões nos dias que precedem a próxima reunião do Fomc na semana que vem”, analisa Igliori.

Núcleo do PCE nos EUA fica em 0,3% em março

O núcleo do PCE nos últimos 12 meses permaneceu em 2,8%, o mesmo registrado em fevereiro.

O índice mensal ficou em linha com as expectativas do consenso LSEG, que projetava um aumento de 0,3% em março. No entanto, a variação anual superou as previsões, ficando em 2,6% nos últimos 12 meses, acima do esperado.

O núcleo do PCE é a medida de inflação preferida pelo Federal Reserve (Fed), o banco central dos EUA, pois exclui variações nos preços de alimentos e energia, que são considerados mais voláteis.

O índice cheio, que inclui essas categorias de preços, registrou um aumento de 0,3% na comparação mensal e de 2,7% na comparação anual.

Os preços dos serviços subiram 0,4% no mês, enquanto os preços dos bens aumentaram 0,1%. Os preços dos alimentos apresentaram uma queda de 0,1%, enquanto os preços da energia subiram 1,2% no período.