O ex-presidente do Banco Central Arminio Fraga afirmou nesta quarta-feira (1º) que a menos que o governo adote reformas estruturais para aumentar a confiança na saúde financeira do país, o Brasil apresenta “perspectivas sombrias” em relação ao futuro monetário nacional.
O ex-presidente do BC cita o déficit fiscal crescente, falta de crescimento inclusivo e sustentável, a agitação política, somado ao impacto duradouro da recessão de 2014, como motivos que ancoram a expansão e o investimento.
O economista brasileiro que esteve no comando do banco central entre os anos de 1999 a 2002, classifica o crescimento brasileiro como “medíocre e altamente volátil” e declara que pressão sobre o teto de gastos só aumentará se as prioridades não forem alteradas, especialmente em meio a “artifícios contábeis”.
Segundo Fraga, o Brasil está entre os mercados emergentes que podem sofrer com o início da redução de estímulos pelo Federal Reserve, entretanto ele ressalta que o câmbio flutuante e mercados financeiros saudáveis devem ajudar a aliviar o golpe.
“Se os juros reais entrarem em território positivo e as commodities caírem, o Brasil será atingido. Mas isso não deve ser o suficiente para atrapalhar as coisas completamente”,completa Arminio Fraga.