Petrobras (PETR3;PETR4): ex-diretor sugere solução para preços da estatal

Durante entrevista ao canal "CNN", Ildo Sauer também disse que vê "com preocupação" as "interferências" na empresa

O ex-diretor da Petrobras (PETR3;PETR4) e professor de economia da USP (Universidade de São Paulo), Ildo Sauer, disse, neste sábado (28), que um “imposto sobre exportações de petróleo e derivados” poderia ser uma solução para diminuir os preços praticados pela estatal petroleira. As falas foram ditas durante entrevista ao canal “CNN”.

“É possível fazer um imposto sobre exportação do petróleo e derivados, que pode ser usado para fazer um fundo e para compensar. Nesse caso, mesmo com a legislação atual de paridade, se você tem um preço de exportação, a referência cai diretamente nesta proporção. Se o petróleo está US$ 100 e o imposto é de 40%, a referência com que o petróleo entra na refinaria brasileira vai ser US$ 60. Portanto, terá uma redução na base no preço dos derivados que vão sair para o mercado. Isso cai em toda a cadeia, inclusive, no ICMS”, disse Sauer. 

Segundo o ex-executivo da Petrobras, entretanto, isso valeria somente para o curto prazo. Para o médio e longo prazo, o ideal, segundo Sauer, seria mudar a lei de 1997, que dispõe sobre a “política energética nacional, as atividades relativas ao monopólio do petróleo, institui o Conselho Nacional de Política Energética e a Agência Nacional do Petróleo e dá outras providências”, com o intuito de repartir melhor a riqueza da empresa entre todos os brasileiros. 

“Tudo indica que essas manobras do presidente da República são manobras diversionistas. Elas não têm possibilidade de alterar radicalmente as condições do mercado, e da produção de petróleo e derivados, nem dos preços”, disse Sauer.

Veja também: Exclusivo: líder dos caminhoneiros fala em greve e pede transparência de Petrobras e Bolsonar

“Eu acho que ele (Bolsonaro) percebeu que na atual circunstância a única coisa que pode reverter o quadro eleitoral é uma intervenção sobre os preços de petróleo e derivados”, complementou.

Sauer também disse que vê as recentes trocas na presidência da Petrobras como algo “preocupante” e classificou os movimentos como “interferências” na estatal.