PIB 2022: Itaú eleva projeção para ano, mas mantém queda no 2º semestre

Segundo o Itaú, com a inflação maior e a melhora do PIB, o governo deve registrar novamente superávit primário em 2022

O Itaú BBA elevou a projeção do PIB de 2022 de +0,2% para +1%, incorporando a melhora na projeção do primeiro trimestre deste ano e a liberação de recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) no segundo trimestre. Os dados foram divulgados em relatório, nesta sexta-feira (8). 

“Nossa projeção ainda é consistente com queda do PIB no segundo semestre do ano, com a normalização da taxa de poupança das famílias. Para 2023, revisamos a projeção de +0,5% para +0,2%, considerando os juros mais elevados e a expectativa de alguma queda de preços de commodities”, destacou a instituição em relatório.

O banco informou também que a inflação alta e a melhora do PIB devem dar novamente um resultado de superávit primário para o governo. Além disso, a dívida pública deve ficar estável como proporção do PIB em 2022. 

“Estimamos superávit primário de 0,2% do PIB em 2022 (déficit de 0,3% do PIB, anteriormente), déficit de 0,7% do PIB em 2023 (déficit de 0,9%, anteriormente) e dívida bruta em 80% e 83% do PIB neste ano e no próximo, respectivamente”, informou o Itaú.

O relatório aponta que os patamares citados acima são elevados para uma economia emergente. Por isso, a sustentabilidade fiscal continuará sendo um grande desafio.

Em relação à moeda brasileira, especialistas do banco acreditam que a janela de apreciação do real deve se estender no curto prazo. Entretanto, a manutenção desse patamar cambial dependeria da diminuição das incertezas externas e domésticas. 

“Revisamos a nossa projeção de taxa de câmbio para R$ 5,25 por dólar ao final de 2022, e seguimos esperando alguma depreciação em relação aos níveis atuais em virtude das incertezas externas e domésticas”, informou o Itaú.

A revisão do IPCA 2022 também foi alterada pelo banco, saindo de 6,5% para 7,5%. Segundo o banco, o número reflete o maior repasse dos reajustes recentes de combustíveis, seus efeitos secundários e uma inflação de bens industriais mais prolongada. 

Além do PIB 2022, em relação aos juros, a taxa Selic seguirá a tendência de alta. É esperado que o Copom continue subindo a taxa Selic até 13,75% a.a. – patamar que deve ser mantido ao longo de todo ano – apesar da comunicação recente do Banco Central, que informou que iria na direção de encerrar o ciclo de alta na reunião de maio.