Contra as expectativas

PIB do agro deve surpreender e retomar crescimento

Queda no desemprego e aumento do consumo explicam a alta

PIB do agro deve surpreender e retomar crescimento

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) prevê um  um crescimento do  PIB do agronegócio brasileiro, de acordo com a agência de notícias “Reuters”.  Presidente do CNA, João Martins declarou surpresa em entrevista a jornalistas: “Esperávamos encerrar com PIB negativo (em 2024), mas vamos encerrar o ano com PIB em 2% positivo” afirmou Martins.

O último registro de aumento no PIB dos agricultores foi em uma disparada no ano de 2020 e 2021, apoiado pelas boas safras e preços. 2022 e 2023 foram marcados por quedas e se esperava um resultado semelhante em 2024, agravado por problemas na colheita de soja e milho.

Bruno Lucchi, diretor técnico da CNA, reforçou que a  seca intensa e a frustração na safra de soja e grãos levaram a previsão de queda de 3% no PIB até o final de 2024 a má notícia, ainda era reduzida com um leve crescimento no último trimestre, mas que não reverteria o saldo negativo.

Ajuda do consumo

Graças a subversão das expectativas, a entidade estimou o crescimento em 5% para o ano de 2025. A mudança foi atribuída ao aumento do consumo de carnes e lácteos, que possuem maior valor agregado. A alta se justifica com o PIB total do Brasil em 2024, estimado para crescer 3,4%.

O setor pecuário compensou a restrição agrícola. A queda no desemprego foi outra justificativa que analistas reconhecem como válida, já que o aumento de renda possibilitou o alargamento dos setores de consumo.  

Agro: exportações crescem 5,6% no 1S24 e batem novo recorde

As exportações do agro brasileiro no primeiro semestre de 2024 bateram um novo recorde após registrarem crescimento de 5,6%: um alcance de US$ 82,39 bilhões, o segundo maior valor da série histórica.

Neste período, os cinco principais setores do agronegócio brasileiro se destacaram significativamente. O complexo soja liderou, alcançando US$ 33,53 bilhões, representando 40,7% do total exportado. Em seguida, o setor de carnes embarcou US$ 11,81 bilhões, equivalentes a 14,3% das exportações do agro.

O complexo sucroalcooleiro registrou US$ 9,22 bilhões, correspondendo a 11,2% do total, enquanto os produtos florestais somaram US$ 8,34 bilhões, representando 10,1%. Por fim, o setor de café alcançou US$ 5,31 bilhões, o que equivale a 6,4% dos embarques – somados, esses setores foram responsáveis por 82,8% das vendas externas do agronegócio brasileiro.

Os produtos florestais registraram um crescimento de 11,9% no primeiro semestre deste ano, somando US$ 8,34 bilhões. A celulose foi responsável por 59,6% desse total, com US$ 4,97 bilhões – alta anual de 19,5%.