Um relatório divulgado pelo Itaú (ITUB4), com dados de 2021, apontou que Rio Grande do Sul responde a 6,5% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro. No documento, o banco expõe os impactos das fortes chuvas no RS, com destaque para o setor agrícola.
O Rio Grande do Sul é responsável por 15% da produção nacional de soja. O estado também ocupa o quarto lugar em peso no PIB nacional, ficando atrás de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
Com a tragédia climática no RS, o Itaú espera que o setor agrícola apresente uma queda de 0,1 p.p. (ponto percentual) no PIB brasileiro. A instituição também aponta um risco de redução de cerca de 4% na produção nacional de soja — o equivalente ao total que ainda não foi colhido no estado.
Além disso, o banco aponta que ainda falta colher 25% da produção de soja do RS.
Dentre os componentes do setor, em 2024, o Itaú espera contração na produção de soja em grão (-7,0%), milho em grão (-11,4%), cana-de-açúcar (-0,6%) e laranja (-0,9%).
Vale lembrar que o cálculo do PIB do primeiro trimestre contabiliza somente o LSPA (Levantamento Sistêmico da Produção Agrícola) até 14 de maio.
Com isso, as perdas do Rio Grande do Sul não devem impactar os resultados do primeiro trimestre de 2024, considerando que a maior parte da safra já foi colhida.
Contudo, o banco também aponta que pode haver problema no escoamento, mas a maioria dos armazéns está concentrada em locais com menos bloqueios. Diferentemente de 2023, neste ano, as fortes chuvas ocorreram após a colheita.
Além do PIB, perdas do setor industrial do RS são semelhantes às perdas da Covid-19
Segundo o Itaú, as perdas para a indústria decorrentes das enchentes no Rio Grande do Sul ficarão em torno de 0,1 a 0,2 p.p. A queda é semelhante às perdas que ocorreram durante a pandemia da Covid-19.
O UCI (índice de utilização da capacidade Industrial) efetivo chegou a recuar de 44,6 pontos em fevereiro para 31,1 em março de 2020. Ano em que a Covid-19 passou a afetar a economia e o cotidiano da população.
Também nesse sentido, em maio do mesmo ano, uma sondagem realizada a pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) mostrou que a crise sanitária fez 76% do setor industrial reduzir a produção.
Por outro lado, ainda em relação à indústria, o banco aponta que as perdas de nenhuma empresa desse segmento no estado devem afetar outras indústrias no Brasil.
Já em relação ao setor de serviços, o Itaú estima que o impacto no ano deve ser pequeno.