O crescimento do PIB dos Estados Unidos, de 2,8% no terceiro trimestre de 2024, ficou abaixo do esperado, de 3%, mas mostra uma economia aquecida no país norte-americano, avaliaram analistas.
Os resultados tiveram impacto positivo dos gastos pessoais de consumo, tanto em bens quanto serviços, além do aumento nas exportações e gastos do governo. A desaceleração, no entanto, foi atribuída a uma queda no investimento fixo em inventário e a uma maior redução no investimento fixo residencial, destacou relatório da Nomad.
Para o economista-chefe do Banco Master, Paulo Gala, o crescimento de 2,8% é uma boa notícia, mesmo que esteja abaixo do esperado. Segundo ele, o percentual “mostra uma economia americana aquecida, longe de recessão, e um soft landing“.
O head global de Soluções da Janus Henderson Investors, Matt Peron, tem uma visão parecida. “O relatório do PIB hoje foi uma modesta surpresa positiva, pois o crescimento superou as estimativas e os preços avançaram menos do que o esperado“, comentou.
Para ele, o resultado confirma a ideia de que o crescimento econômico não está desacelerando rapidamente e que as pressões sobre os preços permanecem contidas.
“Acreditamos que a robustez vai continuar no quarto trimestre e temos mantido nossas perspectivas positivas sobre os mercados e ativos de risco”, disse Peron.
PIB e geração de empregos nos EUA
Segundo o relatório ADP National Employment Report, o setor privado dos EUA gerou 233 mil empregos em outubro, acima do consenso publicado em uma pesquisa do Wall Street Journal, de 113 mil.
“Esses são números que afastam a possibilidade de cortes mais agressivos da taxa de juros pelo Fed, o que movimenta para cima os yields da renda fixa americana”, disse a gerente de Research e head de conteúdo da Nomad, Paula Zogbi.
O mercado segue aguardando os números do Bureau of Labor Statistics, que devem sair na sexta-feira (1º) e fornecem os dados mais relevantes sobre emprego nos Estados Unidos.