O Monitor do PIB-FGV aponta queda de 0,3% na atividade econômica em julho em comparação com junho, considerando-se dados com ajuste sazonal. Na comparação interanual a economia cresceu 1,8% em julho e 2,7% no trimestre móvel findo em julho.
“A retração de 0,3% da economia brasileira em julho é explicada, pela ótica da oferta, por quedas nas três grandes atividades econômicas (agropecuária, indústria e serviços) e, pela ótica da demanda, por recuos no consumo das famílias e na formação bruta de capital fixo. Destaca-se que a retração do consumo das famílias é a primeira após cinco meses consecutivos de crescimento e ocorreu de forma disseminada entre os tipos de consumo. Embora a economia tenha apresentado resiliência do crescimento no primeiro semestre do ano, o resultado de julho, acende alerta sobre a sustentabilidade do mesmo patamar de crescimento no restante de 2023”, segundo Juliana Trece, coordenadora da pesquisa.
Consumo das famílias
O consumo das famílias cresceu 2,6% no trimestre móvel findo em julho. Desde o final de 2022 há uma tendência de desaceleração do crescimento do consumo das famílias explicada, principalmente, pela redução do crescimento do consumo de serviços.Formação bruta de capital fixo (FBCF)
A FBCF retraiu 3,2% no trimestre móvel findo em julho. O segmento de máquinas e equipamentos, que tem apresentado quedas desde o trimestre findo em janeiro, segue ampliando sua retração e registrou queda de 9,4% no trimestre móvel findo em julho. Devido a este contexto, apesar de os segmentos da construção e de outros componentes da FBCF terem registrado crescimento, o total da FBCF segue em retração.
Exportação
A exportação de bens e serviços cresceu 15,1% no trimestre móvel findo em julho. Conforme observado no Gráfico 4 do release, todos os componentes da exportação cresceram no período. Destacam-se as exportações das commodities – produtos agropecuários (29,1%) e extrativa mineral (27,1%) – que foram responsáveis por cerca de 80% do desempenho positivo das exportações.
Importação
O total das importações retraiu 0,9% no trimestre móvel findo em julho. Apesar das contribuições positivas das importações de consumo e de bens de capital, a retração de 5,7% na importação de bens intermediários justifica esta queda no total das importações.