O banco norte-americano JP Morgan fez uma revisão na sua projeção do PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil para este ano. Os números elevaram de 1,6% para 2,2% , repercutindo a divulgação do resultado da atividade no último trimestre do ano passado.
Os economistas que assinam o relatório do banco, Vinicius Moreira e Cassiana Fernandez, chefe de pesquisa econômica para América Latina e economista-chefe para Brasil do J.P. Morgan, dizem que “nossa visão é que, após um segundo semestre de 2023 fraco, o Brasil está bem posicionado para continuar crescendo este ano. Os dados até agora, incluindo o PIB do quarto trimestre de 2023, parecem consistentes com essa visão”.
Segundo o Valor Investe, eles afirmam que a tendência subjacente do PIB brasileiro aparanta estar saudável. “À medida que o choque agrícola se dissipa, esperamos que a tendência subjacente do PIB seja mais visível no início deste ano”, analisam.
Projeções semestrais para o PIB se superam
Além disso, Aa dupla de analistas do banco afirma que “balanços saudáveis” do setor privado – das famílias, empresas e bancos -, “em parte às custas de um balanço governamental mais fraco” podem abrir espaço para uma “recuperação sólida”. Como consta no relatório, eles sugerem uma reaceleração do aumento do PIB já para o primeiro semestre de 2024.
Segundo o Valor, os economistas observam que, juntando todos os números disponíveis, o monitor do JP Morgan, que checa atividade em tempo real, tem projeções acima do próprio banco para o PIB brasileiro, ainda nos primeiros três meses deste ano. “Mas ainda não considera os ‘hard data’ de janeiro, que deverão ser fracos”, pondera a dupla.
PIB do Brasil cresce 2,9% em 2023
O PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil registrou um crescimento de 2,9% em 2023, de acordo com os dados divulgados nesta sexta-feira (1), pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O resultado final ficou bastante próximo ao de 2022, quando a atividade econômica brasileira teve um crescimento de 3%. Mais uma vez, o último trimestre do ano mostrou uma desaceleração da economia, com estabilidade em relação ao trimestre anterior, registrando 0% de variação.
O PIB apresentou dinâmicas distintas no primeiro e segundo semestres. Na primeira metade do ano, o crescimento econômico foi impulsionado por uma safra excepcional de grãos. Com o desempenho recorde na produção de soja e milho, o setor agropecuário registrou um aumento de 15,1% no ano, alcançando um marco histórico na série iniciada em 1996.