No cenário projetado pelo FGV Ibre (Economia da Fundação Getúlio Vargas), o PIB (Produto Interno Bruto) deve ter uma expansão de 2% neste ano. Enquanto isso, a instituição estima que o PIB per capita chegue a 1,56% ao fim do período.
No primeiro trimestre de 2024, o PIB per capita cresceu 0,67%, na comparação com o período de 3 meses anterior, segundo Silvia Matos, pesquisadora sênior de Economia Aplicada do Instituto Brasileiro da FGV Ibre e coordenadora do Boletim Macro Ibre.
O cálculo da pesquisadora considera o avanço de 0,8% do PIB, divulgado pelo tag/ibge(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas). Outra vertente já inclusa nas contas é o Censo Demográfico 2022, também do IBGE, com ritmo crescimento populacional em 0,45% por ano e 0,11% no trimestre, de acordo com o “Valor”.
“O ritmo real de crescimento da população deve estar em algum ponto entre os dois. Mas, de qualquer forma, o Censo sinaliza a queda do crescimento populacional, que ocorre não só no Brasil, mas em todo o mundo. O problema é que o Brasil teve uma década perdida em crescimento econômico”, avaliou Matos.
PIB: apesar de número bom, o crescimento se sustenta?
O índice per capita pode ser interpretado como uma medida de bem-estar, visto que relaciona a riqueza de um país com o tamanho da população.
“Tivemos um primeiro trimestre de crescimento até relativamente forte da economia brasileira. Começamos o ano com consumo das famílias a todo vapor, mesmo com juros ainda altos. E agropecuária ainda veio bem. No cômputo geral, o resultado é bom. Mas a questão é se esse crescimento se sustenta”, destacou a pesquisadora do FGV Ibre.
Para ela, a expansão da economia deve ser maior para dar conta dos desafios para o bem-estar. Isto porque o Brasil enfrenta um envelhecimento da população.
“A gente deveria estar crescendo em ritmo maior e mais sustentado, até porque tem transição demográfica. Envelhecer sem ficar rico é muito ruim, o país não investiu tanto em educação quanto deveria e investe pouco, principalmente, em pesquisa e desenvolvimento. Apesar de ter melhorado, ainda falta capital humano em áreas estratégicas”, finalizou.