O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, expressou, nesta quarta-feira (7), otimismo em relação ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, sugerindo que pode ultrapassar os 2% este ano, acima da estimativa oficial da autoridade monetária, que é de alta de 1,7%.
Campos destacou os fatores que podem impulsionar o crescimento, como uma desinflação global favorável e o crescimento econômico nos Estados Unidos superando as expectativas. No entanto, ele alertou para o risco relacionado à China.
“[O crescimento] pode ser um pouco acima de 2%? Pode ser”, afirmou em palestra virtual no evento Blue Connections. Ele também mencionou outros fatores positivos para este ano, como projeções de superávit comercial e uma safra agrícola robusta, embora em patamar inferior ao ano anterior.
O presidente do BC observou um cenário positivo para o consumo das famílias, mas enfatizou a importância da sustentabilidade desse processo para o autarquia monetária brasileira, responsável por manter a inflação na meta. Ele também destacou a agenda de reformas do governo federal.
Campos apontou que as expectativas de crescimento econômico para este ano, conforme indicadas pelo mercado no Boletim Focus, têm aumentado. Sobre a inflação, ele afirmou que a trajetória de preços está caindo e dentro do esperado para convergir à meta, apesar de uma ligeira piora recente nos preços dos serviços.
Ele mencionou especificamente os serviços intensivos em trabalho, destacando que o BC está acompanhando de perto esse segmento para entender seu impacto sobre a inflação.
PIB irá surpreender em 2024? Especialistas apontam cenário incerto
As projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2024 estão novamente no centro das atenções, gerando expectativas e debates no mercado. De acordo com o Relatório Focus, as estimativas para a atividade econômica foram ajustadas para cima, passando de 1,52% para 1,59%. Analistas consultados pelo BP Money analisaram as perspectivas e ressaltaram que, embora haja consenso sobre a possibilidade de surpresas, tanto positivas quanto negativas, a revisão promovida pelo Banco Central (BC) foi recebida de maneira favorável.
Ricardo Jorge, especialista em mercado de capitais e sócio da Quantzed, destaca a incerteza do cenário. De acordo com ele, assim como em 2023, quando o PIB surpreendeu positivamente, 2024 pode apresentar surpresas, tanto para cima quanto para baixo. Ricardo observa que é prematuro fazer projeções tão no início do ano, considerando a imprevisibilidade do ambiente econômico global e local. “2024 tende a ser um ano cheio de incertezas, assim como, foi em 2023, então não podemos usar esse número em um grau de confiança muito relevante”, afirmou.