O Bradesco BBI analisou que os bancos digitais tiveram inovações e ganhos de mercado com o avanço do Pix nos quase quatro anos desde sua entrada no ar.
Novas marcas conquistaram espaço especialmente entre clientes de baixa renda e em bolsões de crédito, comentou o banco de investimentos. Além disso, o Pix também obrigou as credenciadoras a transformarem seus modelos de negócio.
A equipe do BBI, cob liderança de Gustavo Schroden, se baseou em dados do BC (Banco Central) e de associações do setor, para afirmou que os bancos tradicionais perderam mercado em produtos como o crédito pessoal, cartões de crédito e consignado.
No mesmo período da queda, a participação de participação de clientes com renda de até dois salários mínimos mensais nestes produtos também aumentou, segundo o “E-Investidor”.
Na visão dos profissionais, isso mostra o avanço dos novos agentes, e o crescimento do Pix foi peça-chave nestes movimentos.
“A inclusão financeira levou à expansão do crédito para pessoas que tinham acesso limitado ou não tinham acesso a produtos financeiros mais estruturados”, afirmou a equipe do BBI.
A participação dos maiores bancos brasileiros no segmento de crédito pessoal caiu de 65,1% em 2019 para 45,2% no primeiro trimestre deste ano. Enquanto isso, nos cartões de crédito, essa fatia recuou de 75,6% para 59,2% no mesmo período.
“Como as instituições financeiras digitais continuam a ganhar espaço em segmentos de menor renda, esperamos que as tradicionais continuem investindo para manter suas bases de clientes e sua competitividade”, afirmam os analistas.
‘Pix dos investimentos’ será semelhante a portabilidade de operadora
A portabilidade dos investimentos — mais conhecida como Pix dos Investimentos — deve ser simples, prática e com pouquíssima burocracia, assim como a portabilidade de operadoras de celular. A afirmação foi feita na sexta-feira (30) pelo atual presidente da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), João Pedro Nascimento.
O presidente da autarquia participou do painel Expert XP 2024 e disse que o Pix dos Investimentos, que entra em vigor em 2025, será solicitado na corretora para a qual o investidor deseja trazer seus ativos, e não na corretora de onde ele deseja sair.
“No passado, o investidor que queria transferir a custódia de uma corretora para outra tinha que fazer a solicitação na corretora de origem, o que criava entraves burocráticos e incentivava a empresa a impedir a mudança”, disse ele, de acordo com o ‘Suno’.
“Agora, a nova dinâmica tem regras de conduta e de transparência, e o principal é que a solicitação será feita na casa de destino. Com isso, o procedimento deve empoderar os investidores, principalmente os de varejo”, completou.