Pix internacional: BC busca parceria com países da América Latina

O BC está articulando a internacionalização do Pix com Uruguai, Chile, Equador e Colômbia

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou nesta segunda-feira (27) que a instituição monetária está articulando a internacionalização do Pix com Uruguai, Chile, Equador e Colômbia. 

“Estamos olhando em como fazer o Pix internacional. Alguns países da América Latina já estão discutindo conosco como eles vão adotar o Pix. Achamos que vai ter um bloco. Você viaja entre os países e faz o pagamento automático. Assim, se resolve o problema do pagamento transfronteiriço”, revelou Campos Neto em evento promovido pelo Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), em Brasília.

“Estamos trabalhando com Uruguai, Colômbia e Equador. O Chile também nos procurou”, acrescentou o presidente do BC.

Segundo Campos Neto, as discussões sobre “moeda única” não seriam necessárias com a criação de um modelo de Pix Internacional entre os países da América Latina.

“Acho que isso é uma forma de unificar o bloco, sem necessidade de falar em termos de moeda. Se a gente tem um pagamento instantâneo, já unificado, nós já fazemos o trabalho de pagamento transfronteiriço”, disse o presidente do BC sobre o Pix Internacional.

Pix internacional pode ser realidade em 2024

O Pix, sistema desenvolvido pelo Banco Central brasileiro, poderá ser internacionalizado entre 2024 e 2025. Com sede na Suíça, o Banco de Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês) realizou alguns testes em novembro de 2022, unindo a forma de pagamento em uma plataforma transfronteiriça.

Este tipo de transação traz a possibilidade de transferência para mais de 60 países, permitindo gastos no exterior sem o cartão de crédito, pagamentos de hospedagens por meio do pix e transferências para diversos países.

De acordo com Jean Marc Sasson, Head da área de Regulação e Novas tecnologias do Lima Feigelson Advogados, as vantagens do Pix são diversas, como a redução de custos, agilidade nas transações, integração de dados, segurança nas operações e redução do uso de cédulas.

“A estrutura se baseará em um software chamado Nexus Gateway, que servirá de conector central para o acoplamento de todos os sistemas de pagamentos instantâneos mundial e trocar informações entre si. Há um esforço global de incrementar e tornar mais eficientes os pagamentos transfronteiriços, geralmente custosos, que sofrem com questões de rastreabilidade, sobretudo relacionadas à lavagem de dinheiro”, afirmou Sasson sobre o Pix internacional.

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