O chamado “Pix offline” é uma modalidade de pagamento instantâneo sem a necessidade de uso da internet — exatamente como o nome sugere. Recentemente, o BC (Banco Central) da Índia anunciou que está trabalhando para disponibilizar a modalidade de pagamento com sua moeda digital.
Com essa novidade no radar e a constante evolução dos métodos de pagamento que existem no Brasil — principalmente em relação ao Pix, no qual o país é pioneiro —, levantou-se a questão: e se a moda pega no Brasil?
Para Rodrigo Negrini, especialista em finanças e CEO da Soul Capital, a implementação do Pix offline como método de pagamento nacional é perfeitamente possível.
“A questão desse tipo de negócio é a tecnologia envolvida para dar segurança tanto às pessoas físicas quanto às jurídicas que a usam”, comentou ele.
Segundo Negrini, as instituições financeiras precisarão custodiar o valor a ser transferido, garantindo a integração com os diversos meios de pagamento. Ele disse que o movimento tornaria a operação viável.
“O Brasil se bancarizou e se digitalizou bastante, principalmente no período da pandemia, o que facilitaria sua implementação. De toda forma, o Brasil é um país com tecnologia bancária avançada e pode superar o desafio da adaptação dos sistemas”, acrescentou o especialista.
BB firma parceria para testar pagamentos offline com Drex
O Banco do Brasil (BBAS3) fechou um acordo de cooperação com a G+D (Giesecke+Devrient Currency Technology) que prevê o uso do Drex (moeda digital do BC) para pagamento offline.
A G+D é uma companhia global que fornece soluções para segurança digital, plataformas financeiras e tecnologia monetária. Além disso, segundo a “Época Negócios”, a empresa também atua no desenvolvimento de projetos mundiais de moedas digitais de BCs.
Nesse sentido, para o BB, a solução de pagamento offline permitirá a exploração de novas utilizações para o Drex. Se os testes forem bem-sucedidos, será possível desenvolver modelos de moedas criptografadas, o que permitiria o uso em transações cotidianas.
Como funciona o “Pix offline”?
O “Pix offline” funciona, basicamente, com um pagamento sem conexão com a internet. Assim, devem ser empregadas tecnologias como NFC, RFID, Bluetooth e biometria. A explicação foi feia ao BP Money por Cristiano Maschio, CEO da fintech Qesh.
“Atualmente, não é possível realizar uma transferência do gênero sem que o dispositivo esteja com acesso à rede. Mas o Banco Central já planeja implementar a novidade, que promete facilitar o pagamento de pedágios, transporte público e outros serviços que hoje são limitados pela falta de conectividade”, disse.
“Para viabilizar o pagamento com Pix offline seria necessário desenvolver uma tecnologia que permita aos dispositivos móveis se comunicarem diretamente, mesmo sem conexão com a internet”, acrescentou.
Isso seria possível com a utilização de algumas tecnologias. Além do NFC e Bluetooth já mencionados, o QR code offline também poderia viabilizar um projeto com essa finalidade.
Contudo, Maschio destacou que isso exigiria uma infraestrutura robusta e investimentos significativos por parte dos bancos para proteger as transações e os dados dos usuários.
Isso evitaria possíveis fraldes ou outras ilegalidades que poderiam acometer aqueles que optassem por suar a modalidade de pagamento.