Depois de alcançar um volume financeiro de transações recorde em dezembro de 2022 (R$ 1,22 trilhão), o Pix, sistema de pagamentos instantâneos, transacionou R$ 1,1 trilhão em janeiro, uma queda de 9% na comparação com mês anterior. Mesmo assim, o valor é 73,9% maior do que o registrado um ano antes, em janeiro de 2022..
A baixa no volume financeiro no primeiro mês do ano já era esperada por causa da sazonalidade de dezembro, mês em que ocorrem as festas de fim de ano e que, em 2022, ainda teve a Copa do Mundo de futebol. Segundo dados do BC, o Pix conta com 144,6 milhões de usuários e mais de 577 milhões de chaves cadastradas.
Em 2022, o Pix movimentou R$ 10,9 trilhões. O montante corresponde a mais do que o dobro do valor registrado em 2021 (R$ 5,21 trilhões). O total movimentado pelo Pix no ano passado supera em mais de duas vezes o valor de pagamentos por boletos (R$ 5,3 trilhões).
“Comparado com outros instrumentos de transferência de dinheiro no Brasil, a participação do Pix aumentou para 22,1% do mercado de R$ 5,0 trilhões em volume, ante 9,5% para pagamentos de boletos eletrônicos e 67,4% para transferências eletrônicas (TED). Enquanto isso, o ticket médio das transferências de Pix aumentou para R$ 431 em janeiro, alta de 1,7% contra o mês de dezembro”, afirma relatório recente do Bradesco BBI sobre o Pix.
Pix internacional: BC busca parceria com países da América Latina
O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou em fevereiro que a instituição monetária está articulando a internacionalização do Pix com Uruguai, Chile, Equador e Colômbia.
“Estamos olhando em como fazer o Pix internacional. Alguns países da América Latina já estão discutindo conosco como eles vão adotar o Pix. Achamos que vai ter um bloco. Você viaja entre os países e faz o pagamento automático. Assim, se resolve o problema do pagamento transfronteiriço”, revelou Campos Neto em evento promovido pelo Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), em Brasília.
“Estamos trabalhando com Uruguai, Colômbia e Equador. O Chile também nos procurou”, acrescentou o presidente do BC.
Segundo Campos Neto, as discussões sobre “moeda única” não seriam necessárias com a criação de um modelo de Pix Internacional entre os países da América Latina.
“Acho que isso é uma forma de unificar o bloco, sem necessidade de falar em termos de moeda. Se a gente tem um pagamento instantâneo, já unificado, nós já fazemos o trabalho de pagamento transfronteiriço”, disse o presidente do BC sobre o Pix Internacional.