O setor de previdência complementar encerrou o ano de 2023 com um aumento de 8,8% em relação ao ano anterior, alcançando um total de R$ 170,1 bilhões em captação bruta. Esses dados foram revelados em um relatório elaborado pela Fenaprevi (Federação Nacional de Previdência Complementar e Seguros de Vida). Os saques, por outro lado, registraram um crescimento mais moderado do que nos períodos anteriores, totalizando R$ 127,2 bilhões ao final de 2023.
Após subtrair os valores retirados do montante total arrecadado, houve um saldo líquido de captação de R$ 42,9 bilhões, representando um aumento de 28,4% em comparação com 2022 e o melhor desempenho dos últimos anos. De acordo com as informações levantadas, os ativos investidos em planos de previdência privada cresceram 14,2% em 2023, totalizando R$ 1,4 trilhão, o que equivale a 13% do Produto Interno Bruto (PIB) do país.
“O resultado é animador e consolida a tendência de recuperação da captação líquida pós-pandemia. Foram cerca de 225 mil novos entrantes em 2023, o que é ainda modesto considerando o déficit de cobertura da população brasileira e a relevância do produto em nossa sociedade, que está em rápido envelhecimento”, analisa Edson Franco, presidente da Fenaprevi.
Os dados, de acordo com Franco, fortalecem a confiança dos gestores em 2024, porém destacam que o principal obstáculo permanece inalterado: estender a proteção para um número maior de indivíduos. “Apesar das questões socioeconômicas, é possível aumentar o nível de proteção à renda das famílias com os produtos e serviços existentes a partir de um trabalho de educação financeira, comunicação e conscientização dos brasileiros”, conclui.
Os tipos de planos de previdência privada
A análise também examina os resultados conforme o tipo de contratação de planos de aposentadoria. No ano de 2023, foram captados R$ 153 bilhões em planos VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre), o que corresponde a 90% do total arrecadado pelo setor. Os planos PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre) receberam 8,2% dos investimentos, totalizando R$ 14 bilhões, enquanto os restantes R$ 3 bilhões foram direcionados aos planos tradicionais, representando 1,8% do total arrecadado.
O setor encerrou o último ano com 14 milhões de contratos de previdência privada. Dessa cifra, 62% eram VGBL, 22% PGBL e 16% Tradicionais. Entretanto, apenas 2,8 milhões desses contratos são do tipo coletivo, indicando o potencial de expansão da indústria no âmbito do mercado de trabalho nacional.
Em relação aos participantes, já são 11 milhões de indivíduos com algum tipo de plano de aposentadoria privada no país. Desse contingente, 8,8 milhões aderiram a planos individuais, nos quais o próprio indivíduo toma a iniciativa de contratar a previdência privada.