Em meio à pressão dos preços, a atividade empresarial dos EUA desacelerou para uma mínima de nove meses em janeiro, conforme números do PMI (Índice de Gerentes de Compras).
O PMI Composto dos EUA (Índice de Gerentes de Compras) da S&P Global, divulgado nesta sexta-feira (24), que acompanha os setores industrial e de serviços, caiu para 52,4 neste mês.
No entanto, as empresas relataram ter elevado as contratações, o que dá suporte à decisão do Fed (Federal Reserve) em adotar uma abordagem cautelosa com a taxa de juros este ano.
Esse foi o nível mais baixo desde abril e recuou ante os 55,4 registrados em dezembro. Uma leitura acima de 50 indica expansão no setor privado.
No detalhamento do PMI, o setor de serviços foi o principal responsável pela queda, com o setor manufatureiro registrando uma expansão pela primeira vez em sete meses devido à expectativa de “regulamentações mais flexíveis, impostos mais baixos e maior protecionismo” sob o novo governo do presidente Donald Trump.
Nas últimas atas das reuniões do Fomc (Comitê de Mercado Aberto do Fed) o banco central dos EUA sinalizou que a incerteza sobre o impacto econômico das políticas comerciais e de imigração do governo levaria à redução de sua projeção de cortes na taxa de juros em 2025 para apenas dois.
“Embora o crescimento da produção tenha se desacelerado ligeiramente em janeiro, a confiança sustentada sugere que essa desaceleração pode ser de curta duração”, disse Chris Williamson, economista-chefe de negócios da S&P Global Market Intelligence.
EUA: PMI de serviços sobe para maior nível em 33 meses em dezembro
O PMI (índice de gerente de compras) de serviços dos EUA subiu a 56,8 pontos em dezembro contra os 56,1 pontos em novembro, firmando o maior nível em 33 meses, de acordo com o S&P Global. Este foi o 23º mês consecutivo em que o indicador seguiu acima do patamar de 50 pontos, o que representa expansão da atividade econômica.
Considerando que os resultados do setor de serviços e do setor industrial já foram apurados, o PMI composto dos EUA passou de 54,9 para 55,4 pontos no mês passado. Com o apoio da aceleração de novos pedidos e crescimento do emprego, esse também se firmou como o maior nível desde abril de 2022.
A disposição maior dos consumidores em gastar, após o resultado da eleição presidencial em novembro, foi o que impulsionou o último resultado do setor de serviços, de acordo com a S&P Global.
Além disso, um aumento também foi registrado na confiança empresarial, que subiu ao maior nível em 18 meses. Com o aumento da carga de trabalho, as empresas contrataram pela primeira vez em cinco meses.
O relatório também apontou que a inflação de custos desacelerou para o ritmo mais baixo em quase um ano, segundo o “Valor”.
“As expectativas de um crescimento mais rápido em 2025 baseiam-se na antecipação de políticas mais favoráveis aos negócios por parte da administração Trump que está por vir, incluindo ambientes fiscais e regulatórios favoráveis, além de protecionismo por meio de tarifas”, afirmou Chris Williamson, economista-chefe de negócios da S&P Global Market Intelligence.
Na visão dele, o PMI do setor de serviços mais forte em dezembro prepara a economia dos EUA para um “bom começo” em 2025. No entanto, também é compreensível uma abordagem mais cautelosa em relação à redução das taxas de juros pelo Fed (Federal Reserve).
“Um foco importante nos próximos meses será a vulnerabilidade da economia a qualquer mudança significativa nas expectativas de taxa de juros, especialmente porque a atividade dos serviços financeiros foi um motor importante de crescimento no fim de 2024”, ele afirma.