Confiança em baixa

PMI: indústria do Brasil se aproxima da estagnação em abril

Além disso, a confiança chegou ao nível mais baixo em cinco anos, em meio à política tarifária dos EUA, segundo o PMI

Indústria siderúrgica
Indústria siderúrgica / Foto: Pixabay

O PMI (Índice de Gerentes de Compras) compilado pela S&P Global registrou uma queda para 50,3 em abril, depois do resultado de 51,8 em março. Esse foi o nível mais baixo desde dezembro de 2023 que se proximou da marca de 50 que separa crescimento de contração.

Conforme dados do PMI, a atividade industrial brasileira quase estagnou em abril, após registrar uma queda de pedidos. 

Além disso, a confiança chegou ao nível mais baixo em cinco anos, por conta das preocupações com a política tarifária dos EUA, de acordo com pesquisa divulgada nesta sexta-feira (2), segundo o InfoMoney.

“O registro do PMI principal ficou marginalmente dentro da zona de crescimento, sinalizando condições industriais amplamente estagnadas e encobrindo circunstâncias um tanto preocupantes que sugerem que o setor poderia estar entrando gradualmente em uma fase de contração”, afirmou a diretora associada de economia da S&P Global Market Intelligence, Pollyanna De Lima.

“O setor enfrentou um cenário difícil, marcado pela incerteza atual do comércio global, questões políticas e altos custos de empréstimos”, completou.

Setores do PMI industrial

Em mais detalhes, o PMI mostrou que o mês de abril teve ainda a primeira queda nos novos pedidos à indústria brasileira em 16 meses, mesmo que a contração tenha sido marginal. 

A pesquisa PMI sinalizou também um enfraquecimento da demanda nos mercados interno e internacional, com alguns participantes auxiliando na redução das vendas devido ao aumento dos preços dos bens finais e à incerteza do mercado.

Além disso, pela quinta vez em seis meses, as novas vendas para exportação diminuíram, com evidências apontando para uma queda na demanda do Mercosul e dos Estados Unidos.

Enquanto isso, a área de bens de capital sustentou um avanço nos novos pedidos e na produção, ao passo que os fabricantes de bens de consumo e bens intermediários registraram contrações.

O setor também registrou uma criação de empregos mais fraca em abril em quatro meses, refreada por medidas de corte de custos e falta de novos pedidos, segundo o PMI industrial brasileiro.

Já em relação, a curva seguiu acentuada com relatos de aumentos de preços de rolamentos, fretes, gás natural e aço, bem como reduções de preços de petróleo, têxteis e algumas commodities, apesar de a inflação geral de custos ter recuado para o nível mais baixo em 11 meses, ela permaneceu acentuada.