Popular? VW Gol ultrapassa R$ 86 mil e supera preços de Audi e BMW

Modelos considerados mais luxuosos estão atualmente valendo mais a pena do que os ditos populares

O sonho do carro próprio é uma realidade para milhões de brasileiros que enfrentam o transporte público ou privado diariamente, porém o aumento no valor dos automóveis tidos como “populares” pode frear a realização dessa conquista.

Primeiro, não há dúvidas de que a indústria automobilística está desesperada para retornar a patamares pré-pandêmicos, algo perfeitamente compreensível, visto a queda dos lucros. Entretanto, o impacto financeiro gerado pela pandemia parece perdurar por mais tempo do que o desejado, tanto para as empresas como para os consumidores.

A situação dos preços de carros classificados como “acessíveis” no Brasil vem gerando uma crítica em torno do tema: afinal, existem ainda modelos realmente populares no país?

Para entender a pergunta, é preciso voltar ao início. Em fevereiro de 1993, o protocolo do carro popular foi assinado e mudou o futuro de todo o mercado automobilístico nas décadas seguintes. A medida incluia a redução do IPI a 0,1% para modelos com motor 1.0.

Dessa forma, os preços despencaram e as marcas inundaram as lojas com veículos livres de equipamentos. Como esperado, a abertura do segmento de entrada ao mercado foi um sucesso e fez as vendas saírem de 15,5% em 1992 para incríveis 69,8% em 2001. 

Quase 30 anos depois, o modelo usado já não é mais o mesmo – mudança intensificada pela Covid-19. Além de serem pressionados pela inflação, as concessionárias sofrem com a oferta inferior à demanda, causada pela paralisação ou redução na produção de diversos modelos devido à falta de microchips e outros componentes. 

Por conta disso, tornou-se praticamente impossível adquirir um veículo básico por menos de R$ 40 mil.

Um exemplo disso é o VW Gol, o carro mais barato da Volkswagen. O automóvel saiu de R$ 62.090 para R$ 63.350 na versão de entrada 1.0 MPI, enquanto a versão mais equipada (MSI automático) ficou R$ 1.560 mais cara, chegando a R$ 77.950. 

 

Foto: Divulgação

Já o Voyage mais básico (1.0 MPI) disparou de R$ 71.890 para R$ 73.350. Com as opções extras, o sedan sai por R$ 85.250, R$ 1.660 a mais do que o mês passado, quando custava R$ 83.590.

 

Foto: Divulgação

Mas calma, os aumentos não param por aí. Se a intenção é adquirir um modelo econômico, porém super completo, é melhor preparar o bolso. Com alguns detalhes mais elaborados, como comando elétrico para travas e vidros e volante multifuncional com ajustes, o Gol vai para mais de R$ 80 mil. Se a cor escolhida for a metálica (R$ 1.610), o preço sobe para exatos R$ 86.520. 

Só para ter uma ideia, o carro “popular” consegue ser mais caro que o Audi A3 Sedan 1.4 2018, avaliado em R$ 86.100.

Foto: Christian Castanho/Quatro Rodas 

O Voyage, por sua vez, segue a mesma linha. Com tudo que tem direito, o três-volumes sai por R$ 93.820. 

O valor absurdo ultrapassa com folga os R$ 84.700 de um BMW 120i Sport 2016, que conta com bancos de couro, ar-condicionado de duas zonas, faróis de led, GPS, central multimídia e piloto automático de série, além de ir de 0 a 100 km/h em 7,2 segundos.

 

Foto: Divulgação

A conclusão? Se está pensando em comprar um carro novo, olhe com cuidado. Modelos considerados mais luxuosos, fabricados por marcas mais “nobres”, estão atualmente valendo mais a pena do que os ditos populares.

Acesse a versão completa
Sair da versão mobile