Portabilidade de crédito: pedidos mensais superam 1 milhão

A portabilidade ganha destaque com queda de juros 

Portabilidade de crédito
Portabilidade de crédito (Foto: Pixabay)

Os pedidos de portabilidade de crédito voltaram a superarar a marca de 1 milhão em cada mês, no último trimestre de 2023, um feito que não era alcançado desde novembro de 2021. 

Esse aumento expressivo, como visto em outubro, que registrou um crescimento de 137% em comparação com o mesmo período de 2022, é atribuído à queda nas taxas de juros praticadas no mercado. Com condições mais favoráveis, os consumidores têm buscado alternativas para obter empréstimos com melhores custos.

Do total de 1 milhão de pedidos de portabilidade registrados em outubro de 2023, cerca de 400,4 mil foram aceitos, resultando em um montante de R$ 3,3 bilhões em créditos portabilizados. 

Notavelmente, quase a totalidade desses pedidos (99,8%) refere-se a crédito pessoal consignado. Esses dados, disponibilizados pelo Banco Central através da Câmara Interbancária de Pagamentos (CIP), refletem a crescente tendência de portabilidade no cenário financeiro.

Portabilidade de crédito ganha destaque com queda de juros 

O diretor-executivo da Associação Nacional de Executivos de Finanças (Anefac), destaca que a portabilidade de crédito ganha ainda mais relevância em um contexto de queda de juros, pois pressupõe que o consumidor esteja vinculado a contratos com taxas mais elevadas do que as disponíveis atualmente. Esse movimento, segundo ele, tende a se intensificar com o tempo.

Por exemplo, em outubro de 2022, a taxa média de juros para empréstimos consignados estava em 27,7% ao ano no geral, enquanto para beneficiários do INSS era de 26,9% e para servidores, 26,3%. No entanto, em outubro de 2023, essas taxas haviam diminuído para 24,5%, 24,3% e 23,3%, respectivamente.

Os empréstimos consignados, predominantemente concedidos a servidores públicos e beneficiários do INSS, representam uma parcela significativa do mercado. De um total de R$ 626,2 bilhões em empréstimos, cerca de R$ 238,9 bilhões foram para beneficiários e R$ 346 bilhões para servidores. Outros R$ 41,3 bilhões foram destinados a trabalhadores do setor privado.

Rafael Baldi, diretor de produtos da Febraban, ressalta que a trajetória de queda nas taxas de juros permite que o mercado se adapte, oferecendo condições mais vantajosas aos clientes. Ele também destaca que a predominância do consignado na portabilidade está relacionada ao processo desenvolvido pelos bancos e à qualidade do crédito oferecido.

“Ter um processo de garantia executável boa é sinal de estímulo para o mercado fomentar crédito por ali e é um dos produtos que tem a menor taxa do mercado”, disse.