As previsões de seis instituições financeiras- Bradesco, Banco BV, Ativa Investimentos, Monte Bravo, Nova Futura e Tendências- apontam para a queda do PIB (Produto Interno Bruto) no Brasil em 2025. Economistas ouvidos pelo BP Money destoam da baixa anunciada e apresentam possibilidades de melhora frente o pessimismo do mercado.
O desaquecimento da economia brasileira é visto como perigosa por muitos investidores, uma vez que aumenta o risco de recessão técnica. A alta taxa de juros diminui o apetite do empresário e reflete desconfiança com o futuro, como apontou relatório da FGV (Fundação Getúlio Vargas) que indicou queda no índice de confiança empresarial para janeiro.
Equilíbrio Interno
Contudo, nem sempre a previsão de baixa apresenta um prejuízo absoluto. Ângelo Neto, da Hike Capital, destaca que as estimativas precisam refletir um equilíbrio do cenário interno: “Se o controle inflacionário for bem-sucedido e a Selic puder cair nos próximos meses, há chance de recuperação da atividade econômica sem comprometer a estabilidade”, comenta.
Para Alexandre Fermian, mestre em economia pela UFC, a redução do PIB pode refletir ajustes necessários para um crescimento sustentável. O especialista salienta que se a mudança for consequência de políticas de austeridade ou reformas estruturais, pode sinalizar um ambiente econômico mais saudável no médio e longo prazo.
Reformas governamentais
A responsabilidade do governo é apontada como imprescindível nessa discussão. Em um cenário macroeconômico de volatilidade das comodities e taxação do governo dos EUA, é necessário ‘fazer política’ segundo Alexandre Miserrani, professor de Economia da Uniarnaldo.
“Há reformas estruturais que precisam ser feitas esse ano, isso pode impactar positivamente dentro da economia brasileira. A gente tem que tomar muito cuidado, porque o cenário internacional não está muito favorável, com a guerra comercial dos EUA com a China e a continuidade do conflito entre Rússia e Ucrânia.”
Miserrani reforça a oportunidade de celeridade com a eleição de novos mandatários no senado e na câmara. A busca por maior eficiência no uso dos recursos públicos envolve medidas como o controle de despesas obrigatórias e reformas que tornem o Estado mais sustentável financeiramente.
Ângelo Neto, lembra que algumas medidas de incentivo a população estão inclusive no corte de privilégios dos setores estatais como reformas de supersalários, a reforma da previdência dos militares e a reforma tributária de renda que atinge muitos políticos no Brasil. “O avanço dessas reformas pode gerar maior previsibilidade econômica, atrair investimentos e contribuir para um crescimento sustentável em 2025 e nos próximos anos” acrescenta.
A desburocratização aparenta ser inevitável nesse processo de confiança do investidor. “O papel do governo não é impulsionar o crescimento diretamente, mas permitir que o setor privado prospere”, afirma Fermian.