Economia

Poupança registra saída líquida de R$ 10,075 bilhões em agosto

O resultado foi o segundo pior para meses de agosto

Os saques em caderneta de poupança superaram os depósitos em R$ 10,075 bilhões em agosto, segundo divulgado nesta sexta-feira pelo Banco Central (BC).

No mês passado, os brasileiros depositaram R$ 321,606 bilhões e sacaram R$ 331,681 bilhões da poupança. O resultado foi o segundo pior para meses de agosto. A série tem início em 1995.

Em agosto do ano passado, a modalidade teve retirada líquida de R$ 22,016 bilhões – o pior resultado para o mês na série história.

Em julho, a captação líquida – diferença entre entradas e saídas – foi negativa em R$ 3,581 bilhões. Em junho, por sua vez, o resultado foi positivo em R$ 2,595 bilhões.

Em maio, voltou a ficar negativo, em R$ 11,747 bilhões. Em abril, houve saque líquido de R$ 6,252 bilhões, em março de R$ 6,087 bilhões e, em fevereiro, de R$ 11,515 bilhões. Em janeiro, a poupança havia registrado a maior a maior retirada líquida da série, com R$ 33,631 bilhão. Dessa forma, a caderneta acumula saída líquida de R$ 80,293 bilhões no ano.

Como funciona a Poupança?

Simples e bastante acessível, a poupança caiu no gosto da maioria dos brasileiros por conta desses fatores. A rentabilidade é a mesma em qualquer instituição e até menores de idade podem ter a sua, com autorização de um responsável legal. 

Uma grande vantagem é que a poupança é isenta de custos. Além disso, também não há incidência de tributos. Os rendimentos da caderneta não pagam Imposto de Renda.

Vale salientar que, mesmo não sendo tributado, o investidor precisa declarar no IR caso tenha mais do que R$ 140 na caderneta. 

Outro grande atrativo dessa modalidade é a facilidade de resgastar uma aplicação. Ao solicitar um resgate, os recursos caem na conta corrente no mesmo momento, de maneira simples e nada burocrática.

Por ter esse processo bem acessível, costuma-se dizer que a poupança tem liquidez diária. 

Apesar de ter liquidez diária, a poupança funciona de uma maneira bem peculiar. Sua remuneração é creditada apenas mensalmente, na data de abertura da conta. Assim, uma aplicação realizada no dia 10 de um determinado mês só fará jus à remuneração exatamente no dia 10 do mês seguinte. Se resgatar o dinheiro no dia 9, perde-se todo o retorno do período.

Bastante segura, a poupança conta com a proteção do FGC (Fundo Garantidor de Créditos), que assegura, em caso de calote ou quebra do banco, quem tem dinheiro aplicado na caderneta receberá de volta até R$ 250 mil.

Como funciona o rendimento da Poupança

No rendimento da poupança foi estabelecido um gatilho que altera o valor conforme o patamar em que se encontra a taxa Selic, que é a taxa básica de juros da economia nacional. 

Se a Selic estiver acima de 8,5% ao ano, o rendimento da poupança será de 0,5% ao mês mais a variação da TR (Taxa Referencial); Caso a Selic esteja igual a ou abaixo de 8,5% ao ano, o rendimento da poupança será equivalente a 70% da Selic mais a variação da TR.

A rentabilidade da caderneta também está sendo prejudicada pela TR. A Taxa Referencial é calculada a partir das médias das taxas dos CDBs prefixados, emitidos por 30 instituições financeiras. Só que mudanças recentes na fórmula posicionaram a TR em zero desde setembro de 2017.

Vantagens e desvantagens para investir na Poupança

Bastante popular no país, a poupança conta com vantagens e desvantagens. É preciso reconhecer que na poupança o investidor possui cerca comodidade para aplicar em seu próprio banco, uma liquidez imediata e a proteção do FGC, como dito acima. 

No entanto, existem também algumas desvantagens ao se investir na poupança. O mecanismo de “aniversário do depósito” é uma delas, já que é preciso aguardar todo mês para ver a rentabilidade. 

Outra desvantagem de investir na poupança é a garantia limitada do FGC, ao contrário de aplicações com garantias ilimitadas, como é o caso dos títulos públicos. Quem adquire um título do Tesouro Selic, ou algum Fundo DI que invista nestes papéis, provavelmente estará mais protegido do que o simples poupador na poupança. 

Outro ponto que joga contra é a de que, de maneira geral, o investimento não é corrigido pela inflação. Desta forma, se os rendimentos forem sendo sacados ao longo do tempo e não forem reinvestidos, o valor do capital do investidor irá ser corroído pela inflação.

A poupança apresenta um baixo risco, mas também um baixo retorno. Isto ocorre pois essa rentabilidade segue as regras e as normatizações estabelecidas pelo governo.

Vale a pena investir na Poupança?

Como dito anteriormente, a Poupança sempre foi o tipo de investimento mais popular entre os brasileiros. Por vezes, a única opção para uma parcela enorme da população. No entanto, o mercado vem se modernizando nas últimas décadas, o que acabou mudando a situação. 

Ela segue sendo um tipo de aplicação simples e sem burocacria. Por não prever aplicação mínima, é uma alternativa para quem tem pouco dinheiro para investir. E como não envolve custos e tem garantia do FGC, pode ser uma opção para quem está começando a se organizar financeiramente.

No entanto, a poupança tem uma rentabilidade muito baixa, no qual seu ganho real é sempre próximo de zero ou até negativo. Algumas outras aplicações de renda fixa com risco equivalente ao da caderneta oferecem uma remuneração mais alta e, portanto, mais chance de preservar o poder de compra no futuro.

Existem alguns exemplos de investimentos mais rentáveis que a poupança, como CDBs, LCIs e LCAs, títulos públicos e fundos de renda fixa.

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