2024

Poupança: saldo chega a maior nível desde 2020, acima de R$ 1 tri

A última vez que um ano fechou com saldo da poupança acima de R$ 1 trilhão foi 2021, quando o resultado foi de R$ 1,031 trilhão

Foto: Freepik
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O saldo da caderneta de poupança encerrou 2024 em R$ 1,032 trilhão, o maior nível nominal desde dezembro de 2020. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (8) pelo BC (Banco Central).

O saldo da poupança cresceu ao longo do ano, após terminar 2023 em R$ 983,034 bilhões. Em 2024, foram quatro meses de entradas líquidas na poupança, contra somente dois em 2023, o que contribuiu para que o saldo superasse o patamar de R$ 1 trilhão em junho, algo que não acontecia desde julho de 2022.

A última vez que um ano fechou com saldo da poupança acima de R$ 1 trilhão foi 2021, quando o resultado foi de R$ 1,031 trilhão. Já no ano anterior, o saldo havia sido de R$ 1,036 trilhão. Os valores são nominais.

O economista da CM Capital, Matheus Pizzani, destacou que a elevação do saldo da poupança pode ser atribuída ao aumento de depósitos, que em três dos quatro trimestres de 2024 tiveram taxa de crescimento superior à das retiradas.

Os depósitos somaram R$ 4,197 trilhões em 2024, contra R$ 3,827 trilhões em 2023. Já os saques subiram de R$ 3,915 trilhões em 2023 para R$ 4,213 trilhões no ano passado.

“Desta forma, mesmo com a queda de 12% na taxa de variação do rendimento da poupança entre 2024 e 2023, a poupança como um todo terminou o ano com um saldo final 5% superior na comparação anual”, disse o especialista, de acordo com o “Valor”.

IBGE: Brasil tem menor taxa de poupança desde 2019

A taxa de poupança brasileira foi de 14,9% no terceiro trimestre, o que representa uma queda em relação ao mesmo período de 2023, com 15,4%, e é a menor taxa para o terceiro trimestre desde 2019, segundo dados do IBGE divulgados nesta terça-feira (3). A taxa de poupança é a relação entre a renda poupada pelas famílias e o PIB

Segundo o IBGE, a queda é consequência do aumento do consumo após a pandemia, informou o “Valor Econômico”. A taxa atingiu 16,4% no terceiro trimestre de 2020 e 17,2% nos mesmos meses de 2021. Depois desse período, o índice voltou a subir gradualmente. 

O consumo das famílias aumentou 1,5% entre o segundo e terceiro trimestres de 2024. Em relação aos meses de julho a setembro de 2023, o consumo teve alta de 5,5%. Esse aumento também pode ser explicado pelas baixas taxas de desemprego e continuidade de políticas de transferência de renda, disse o IBGE ao “Valor Econômico”.