Política Monetária

Powell indica incerteza sobre juros, contrariando estimativas do Fomc

"Reduzir muito os juros ou cedo demais poderia resultar em uma reversão do progresso que observamos na inflação", afirmou Powell

Foto: Jerome Powell / Divulgação / Fed
Foto: Jerome Powell / Divulgação / Fed

Jerome Powell, presidente do Fed (Federal Reserve) – banco central dos EUA – afirmou que existe um grau alta de incerteza com as expectativas, tanto com a inflação quanto com a atividade econômica. 

Segundo Powell, a “maioria” dos integrantes do Fomc (Comitê Federal de Mercado Aberto) espera o início do corte de juros em algum momento deste ano, se a economia do país evoluir como estimado. 

“Reduzir muito os juros ou cedo demais poderia resultar em uma reversão do progresso que observamos na inflação e, em última análise, exigir uma política [monetária] ainda mais rígida para que a inflação volte a 2%”, disse o presidente.

Powell realizou um discurso evento na Escola de Negócios da Universidade de Stanford, divulgado nesta quarta-feira (3), de acordo com o ‘Valor Econômico’.

“Mas flexibilizar a política muito tarde ou muito pouco poderia enfraquecer indevidamente a atividade econômica e o emprego. À medida que o progresso na inflação continua e o aperto no mercado de trabalho diminui, esses riscos continuam a se equilibrar melhor”, completou.

Powell não vê alteração por conta da inflação e emprego

Conforme dito pelo presidente do Fed, o patamar que ocupam os juros básicos dos EUA no momento, é adequado para que o Fed reaja aos riscos de ambos os lados. 

Segundo Powell, a inflação e emprego com dados mais fortes, no começo deste ano, ainda não alteram o cenário geral da economia.

Cenário este, que ele classificou como tendo “crescimento sólido, um mercado de trabalho forte, mas em reequilíbrio, e uma inflação que se aproxima de 2% em um caminho às vezes acidentado”.

“Na inflação, é muito cedo para dizer se as leituras recentes representam mais do que apenas um aumento temporário”, disse o executivo. 

Em seu discurso, Powell reafirmou que o Fed ainda não tem a confiança necessária para cortar os juros, e que a força da economia americana abre espaço para tomada das discussões conforme a evolução dos dados.