O preço da gasolina comum voltou a subir nos postos de combustíveis na semana passada, após 15 semanas de queda, segundo a ANP (Agência Nacional de Petróleo, Biocombustíveis e Gás Natural). De acordo com o órgão, o preço médio subiu 1,4%, de R$ 4,79 para R$ 4,84 o litro.
A alta de R$ 0,05 no preço da gasolina interrompe a sequência negativa e indica uma exaustão nos esforços do governo federal para reduzir o valor que chega ao consumidor através do corte de impostos e de reduções nos preços praticados pela Petrobras (PETR3) nas refinarias.
Desde o pico histórico de R$ 7,39 por litro, registrado no fim de junho, a gasolina chegou a recuar 35% até o começo de outubro. Mas, com a alta do preço do petróleo e sem novas reduções da Petrobras nas últimas semanas, o valor voltou a subir nos postos do País.
A gasolina, antes desse movimento de baixa, acumulava alta de 70,6% nos postos desde janeiro de 2019, quando começou o governo de Jair Bolsonaro (PL). Por isso, as medidas tomadas pelo governo a fim de reduzir os preços perto da eleição ainda não compensaram a escalada experimentada nos três anos e meio anteriores.
Refinaria de Mataripe faz novo aumento no preço da gasolina
Maior refinaria privada do Brasil, a refinaria de Mataripe, na Bahia, aumentou, neste sábado (15), os preços da gasolina e do diesel. Foi o segundo aumento após o corte de produção da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), que pressionou as cotações internacionais.
Diferente da refinaria de Mataripe, a Petrobras vinha segurando repasses, embora as defasagens sigam em patamares elevados desde o início do mês. Fontes da alta administração da empresa relatam pressão do governo para evitar notícias negativas até o fim da eleição, segundo a “Folha de S.Paulo”.
A refinaria elevou o preço da gasolina em 2%. O do diesel-S10 foi aumentado em 8,9%. No sábado anterior, a empresa já havia aumentado os preços em 9,7% e 11,3%, respectivamente. Controlada pelo fundo árabe Mubadala desde dezembro, a refinaria tem repassado as variações das cotações internacionais aos preços de seus produtos de maneira mais ágil do que a Petrobras. Esse processo lhe rendeu críticas no início deste ano, quando o petróleo subia no mercado internacional.