RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – O preço do óleo diesel subiu 2% nos postos brasileiros, já como resultado do reajuste promovido pela Petrobras em suas refinarias nesta quarta-feira (29). Segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis), o litro do combustível é vendido, em média, a R$ 4,801.
O aumento ocorre após a primeira semana de estabilidade depois que a Petrobras promoveu o último reajuste de preços, no início de julho. Em um mês, o preço do diesel nos postos brasileiros acumula alta de 2,25%. No ano, o aumento nas bombas é de 32%.
O reajuste da Petrobras provocou reações no Congresso e entre caminhoneiros, que decidiram apoiar a abertura de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar a alta dos preços dos combustíveis, protocolada na terça (28) pelo deputado Nereu Crispim (PSL-RS).
Logo após o anúncio do reajuste, ainda na terça, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), voltou a atacar a Petrobras. “Junto com a valorização do barril de petróleo, a pressão no preço dos combustíveis é insustentável”, afirmou.
Depois, o deputado citou o diretor de Comercialização e Logística da Petrobras, Cláudio Mastella, que, na segunda (27), reconheceu que defasagem nos preços e disse que a empresa avaliava aumentos, embora o presidente da República, Jair Bolsonaro, tenha dito que discutia formas de reduzir os preços.
“O diretor da Petrobras Cláudio Mastella diz que estuda com ‘carinho’ um aumento de preços diante desse cenário. Tenho certeza que ele é bem pago para buscar outras soluções que não o simples repasse frequente”, criticou.
Aliados do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) passaram a considerar o preço da gasolina e do diesel nas bombas um dos principais obstáculos para a campanha de reeleição de 2022 e o tema assumiu o topo da lista de prioridades do Palácio do Planalto.
Nesta sexta, Bolsonaro (sem partido) recebeu o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente da Câmara no Palácio da Alvorada para discutir o preço do combustível e a agenda econômica. Guedes defendeu uma “solução responsável” para o problema.
Segundo a ANP, o preço da gasolina estável esta semana, para uma média de R$ 6,092 por litro. O combustível está sendo pressionado pela elevação do custo do etanol anidro que é misturado no produto vendido nos postos.
O etanol hidratado teve alta de 0,4%, segundo a ANP, para R$ 4,735 por litro. O biocombustível vem sofrendo com efeitos climáticos, como seca e geada, sobre a safra.
Já o botijão de gás, outra preocupação do governo, ficou em R$ 98,47, praticamente estável em relação à semana anterior. Esta semana, a Petrobras anunciou estudos para um programa social que destinaria R$ 300 milhões para ajudar famílias de baixa renda a adquirir o produto.