Preço elevado dos combustíveis afeta produção agrícola

Veja os fatores dominantes que tem abalado o setor agrícola e afetado a produção.

A produção do setor agrícola é um dos campos que vem sofrendo com o efeito dominó das instabilidades econômicas do país. O alto preço dos combustíveis, em decorrência da inflação, tem impulsionado o aumento dos fretes rodoviários e desfavorecido a economia agropecuária.

Durante o último ano, o frete rodoviário subiu 13% sobre as principais rotas de grãos e quando comparado os períodos entre fevereiro de 2020 e abril de 2121, período em que as safras atingem normalmente alto nível de produção, o avanço é refletido em mais de 30%, segundo pesquisa do Grupo de Pesquisa e Extensão em Logística Agroindustrial da Esalq/USP (Esalq-Log).

O alto custo do transporte é refletido no aumento dos combustíveis, que oscilaram por 11 semanas seguidas, entre altas e estagnações. Com isso, o serviço de entrega dos produtos agícolas também acompanha o ritmo do aumento de preço.

O frete pode ainda sofrer maiores alterações de preços nas principais rotas de exportação, onde o gasto para transporte de soja de Sorriso (MT) para Santos (SP) subiu 16% de janeiro a 7 de outubro deste ano, aponta o levantamento do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea). De acordo com os dados, o custo pode atingir uma média de R$ 331,84 por tonelada.

Já de Sorriso para Miritituba (PA), o frete avançou ainda mais com um salto de 40% durante o ano, alcançando em média R$ 182,57 por tonelada no último dia 7.

Somado à elevação das taxas de transportes agrícolas, outro fator têm sido um temor que aflige não somente produtores nacionais, como também atingindo escalas globais do agronegócio, que é a falta de insumos.  A demanda por commodities agrícolas cresceu agressivamente, e, junto com isso, os insumos acompanharam esse ritmo.

 

Os preços de insumos agrícolas registraram um aumento de 13% no período de um ano. Dados da agência de notícias Bloomberg revelam que a ureia, famoso fertilizante sólido, bateu a máxima histórica em seu valor desde 2012.

Consequências

Em entrevista concedida a BP Money, o presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG), Marcello Brito, explica: “o resultado vai ser observado a partir do balanceamento de oferta e demanda. Os preços vão ser calculados e refletirá no que nós já estamos assistindo hoje no Brasil e em vários outros países do mundo, que é o aumento significativo  dos preços nesse processo inflacionário”.