O Ibovespa fechou 2021 com uma queda acumulada de 11,93%, aos 104.822 pontos. Por outro lado, nos Estados Unidos, o Nasdaq, Dow Jones e S&P 500, acumularam ganhos de 22%, 19% e 27%, respectivamente.
A Bolsa de Valores brasileira (B3) sentiu uma grande uma volatilidade, em meio às incertezas no cenário fiscal em 2021, além da repercussão de impasses políticos, a crise hídrica e as ondas de infecções por covid-19, que afetou diversas cadeias produtivas e fez com que investidores realizassem um movimento de retirada generalizada de capital em alguns segmentos.
O mundo todo estava – e ainda está — em processo de recuperação econômica. Contudo, mesmo com as perdas, a economia norte-americana se mostrou otimista durante 2021.
Investidores estadunidenses alimentaram a expectativa da retirada de estímulos fiscais por parte do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA), diante da alta da inflação que foi vista durante todo o ano.
EUA
O último pregão de 2021 dos Estados Unidos foi marcado por baixa liquidez, à medida que os mercados estavam aguardando a divulgação da decisão do Fed, que anunciou que o fortalecimento da economia e a alta inflação podem levar a um rápido avanço dos juros no país.
Esse movimento é mais um passo para a normalização da política monetária estadunidense.
A inflação nos Estados Unidos encerrou o ano passado com uma alta acumulada de 7%. Já a taxa básica permaneceu na faixa entre 0 e 0,25% ao ano, como foi antecipado pela Folha.
Logo após o anúncio, os principais indicadores norte-americanos reverteram o sentido positivo, sinalizando o desconforto dos mercados com a decisão, que também pesou sobre o Ibovespa.
Além disso, o ano foi marcado por fortes resultados de indicadores que sinalizaram a retomada da economia, contudo, parte dos resultados foram freados pelo aumento de infecções pela Covid-19, além de crises no setor de tecnologia e a possível quebra da incorporadora chinesa Evergrande.
Brasil
O Brasil foi intensamente impactado pela Covid-19, com as empresas e o comércio interrompendo as suas atividades, por conta de medidas restritivas para conter a propagação do vírus. A B3, em especial o Ibovespa, sentiu uma forte volatilidade.
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O cenário político e as incertezas em relação ao cenário fiscal influenciaram as negociações, à medida que investidores estrangeiros deram indícios de que estavam perdendo a confiança no país. No mês de fevereiro, o Ibovespa foi penalizado pelas ameaças do presidente Jair Bolsonaro em interferir nas operações de empresas estatais.
O receio em relação a isso foi repercutido com os impasses com a Petrobras, por conta da contínua alta dos preços dos combustíveis.
Expectativa para bolsa brasileira em 2022
O cenário macroeconômico deve sentir uma desaceleração do crescimento e uma inflação ainda mais elevada no Brasil, com uma taxa chegando a cerca de 11%. O país deve permanecer com uma grande dívida (aproximadamente 83% do PIB), que deve ser ponto de discussão durante as eleições de 2022. As informações são de um relatório da XP.
A Bolsa brasileira segue barata, tanto em preço/lucro (P/L). O Ibovespa está sendo negociado com um desconto de cerca de 30% em relação à média de 15 anos, sendo negociado a 7,6x.
A XP reitera que as duas maiores companhias de commodities do principal benchmark da B3, a Vale (VALE3) e a Petrobras (PETR4) estão sendo negociadas muito abaixo de sua avaliação histórica em 10,6x. Contudo, ao remover o restante de todas as companhias vinculadas a commodities (companhias de energia e materiais), a relação P/L do índice sobe para 11,6x.
A corretora avalia que o Ibovespa como um todo está barato, quando as commodities são removidas ele passa a ter um preço maior.
A Bolsa brasielira está seguindo para paramares mais baixos em relação ao índicador P/L (7x), a medida que a bolsa america vai em direção as máximas (20x). Para este ano, considerando a média de deconto histórico de 25%, é mensurado pelo indicador P/L para 2022 que o Brasisiu negocie com 60% de desconto.
