Preço nas alturas: como aumento afeta aéreas?

O consumidor está sendo afetado pelo aumento dos custos.

As perspectivas para esse fim de ano são otimistas para o setor aéreo, se considerada a aceleração da vacinação somada à demanda reprimida. Contudo, alguns fatores podem frear o seguimento e afetar as aéreas como Gol, Azul e Latam. É notado um aumento dos preços das passagens e isso é decorrente de alguns fatores.

Um dos agentes que podem influenciar negativamente as companhias é a elevação dos custos, especialmente dos combustíveis, o que acaba reduzindo as margens e é repassado para o consumidor final.

Por volta das 10h33, a Gol apresentou uma queda de 2,38% em seus papéis, a Latam registrou um avanço de 1,50%, e a Azul, por sua vez, registra perda de 1,99%.

Segundo o presidente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), Eduardo Sanovicz, no primeiro semestre de 2022, as companhias aéreas esperam retomar toda a malha existente no Brasil no período pré-pandemia. A perspectiva foi divulgada em audiência pública na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados em setembro.

Mas essa expectativa pode ser quebrada, além do aumento de custos, vale considerar o poder de compra da população. Com o desemprego acometendo cerca de 14,4 milhões de pessoas no segundo trimestre deste ano, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), somado a alta de 1,20% no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) em setembro. Possivelmente a demanda não será tão aquecida quanto o esperado.

Além disso, vale lembrar que a desvalorização do real ante o dólar pode desestimular as viagens não comerciais para o exterior. O que afeta o sentimento de retomada do mercado, pois mesmo com as perspectivas, o aumento dos preços ainda será sentido.

Em relação ao mercado de ações, o setor de aviação não é um dos mais seguros, por não possuir vantagens competitivas muito claras e um histórico de quebra em diversas companhias. Contudo, os papéis da maior parte das empresas estão descontados.

Mas vale lembrar que a Bolsa brasileira está “barata”, ou seja, diversos setores estão com as ações descontadas (abaixo dos níveis de preço de seus pares), o que pode ser uma oportunidade para investidores, especialmente para outros segmentos ligados à retomada da economia.