Economia

Preços ao produtor caem 0,43% em novembro, após três meses de alta

No mês, 13 das 24 atividades industriais pesquisadas apresentaram variações negativas de preço quando comparadas ao mês anterior

O Índice de Preços ao Produtor (IPP) apresentou uma queda de 0,43% em novembro, interrompendo uma sequência de três meses consecutivos de alta, conforme dados divulgados pelo IBGE nesta quinta-feira (4). Em outubro, a medida de inflação “na porta da fábrica” havia sido de 1,11%.

A inflação da indústria acumula uma queda acumulada de 6,09% nos últimos 12 meses, registrando a menor taxa acumulada para um mês de novembro desde o início da série histórica em 2014.

No mês, 13 das 24 atividades industriais pesquisadas apresentaram variações negativas de preço quando comparadas ao mês anterior. Em outubro, 14 atividades tinham apresentado altas de preços em relação ao mês anterior.

De acordo com o analista do IPP, Felipe Câmara, o comportamento no segundo semestre de 2023 tem se destacado em comparação com os primeiros meses do ano, quando o viés deflacionário era mais evidente. No entanto, ele observa que, mesmo assim, a média de novembro “na porta da fábrica” continua abaixo do patamar registrado em 2022, conforme mencionado em nota.

As atividades com as maiores variações na passagem de outubro para novembro foram indústrias extrativas (-7,09%), outros equipamentos de transporte (-2,11%), madeira (-1,77%) e fumo (-1,73%).

Indústrias extrativas também foi o setor industrial de maior destaque na composição do resultado agregado, na comparação mensal. A atividade foi responsável por -0,37 ponto percentual (p.p.) de influência na variação de -0,43% da indústria geral.

Câmara explica que dois movimentos foram importantes em pautar o resultado do mês: a apreciação cambial corrente, a segunda mais intensa do real frente ao dólar no ano, e a queda do preço do barril de petróleo no mercado internacional.

“Como vem acontecendo nos últimos meses, o perfil difuso da dinâmica inflacionária tem prevalecido na indústria, sem sinais claros de repasse consolidado ao longo da maior parte das cadeias produtivas.”

Setores

O setor de alimentos registrou variação de preços mensal positiva pelo terceiro mês consecutivo, alcançando 0,56% em novembro. Apesar do aumento no mês, o acumulado no ano permaneceu em -3,36%. No acumulado dos últimos 12 meses, como tem sido observado desde abril, o resultado continuou em baixa, apresentando uma variação de -3,09%.

No setor de refino de petróleo e biocombustíveis, ocorreu um aumento médio de 0,83% nos preços entre os meses de outubro e novembro de 2023. Este foi o quarto mês consecutivo de incremento, embora ligeiramente abaixo da taxa registrada anteriormente, que foi de 0,86%.

Com isso, o acumulado no ano ficou em -11,89%, um quadro bem diferente do ano anterior, uma vez que, em 2022, até novembro o acumulado era de 17,48%. Após três meses de alta, a indústria química voltou a apresentar queda. Em novembro a produção foi negociada 1,36% mais barata na porta da fábrica do que em outubro.

Câmara afirma que a indústria química teve influência grande no resultado agregado, mas isso não se deveu aos petroquímicos, cuja informação coletada em novembro ainda guardou os efeitos de uma cotação internacional defasada, que esteve em alta até o início do mês.

“Foram os produtos consumidos na lavoura, os fertilizantes e herbicidas, que determinaram o resultado setorial”, explica.

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