Abras

Preços de alimentos encarecem com estiagem prolongada e queimadas

O indicador da associação caiu 1,32% em agosto, com a média nacional de preços indo de R$ 742,60 para R$ 732,82

Com a perspectiva de queda da inflação
Foto: Agência Brasil

Mesmo que a Abras (Associação Brasileira de Supermercados) tenha divulgado nesta quinta-feira (26) que o preço de sua cesta Abrasmercado registrou, em agosto, sua segunda queda mensal consecutiva, a estimativa para os próximos meses é de que o indicador registre aumento. Os motivos para esse aumento nos preços são os efeitos da estiagem prolongada e das constantes queimadas no Brasil.

O indicador da associação, que mede a variação de preços de uma cesta com 35 produtos de largo consumo — entre alimentos, carnes, bebidas, produtos de limpeza, beleza e itens de higiene — caiu 1,32% em agosto, com a média nacional de preços indo de R$ 742,60 para R$ 732,82.

Contudo, a Abras alertou para os próximos meses: “No curto prazo, as verduras folhosas, as frutas e os legumes devem sofrer impacto na oferta no campo e, consequentemente, nos preços ao consumidor até o final do ano. Além desses itens, o preço do café torrado e moído deve continuar pressionado. No ano, o produto acumula alta de 20%”, disse a associação, de acordo com o InfoMoney.

Os impactos devem afetar os preços do açúcar, de acordo com a entidade: “Com as queimadas, há uma redução na oferta, e a demanda continua aquecida, uma vez que, além do consumo das famílias, o produto é insumo das indústrias de alimentos, bebidas e da farmacêutica”, explicou.

Além disso, a associação destacou que as carnes tradicionalmente possuem seus preços mais elevados no segundo semestre com a chegada das festas de fim de ano e o avanço das exportações no período.

“As queimadas afetam as áreas de pastagens e aumentam os custos dos pecuaristas com a alimentação do gado. Esses custos são repassados ao longo da cadeia até chegar ao consumidor”, pontuou a Abras.

Gás natural: governo prepara decreto para reduzir preços até 40%

O governo federal prepara um decreto para alterar regras do setor de gás natural. O objetivo é aumentar a oferta do produto e reduzir preços entre 35% a 40%, uma bandeira antiga que vem atravessando diversos governos, mas sem sucesso.

A expectativa é de que o pacote seja anunciado, após reunião e aprovação das medidas pelo CNPE (Conselho Nacional de Política Energética). A informação foi divulgada primeiramente pelo jornal Valor Econômico, e confirmada pelo Estadão.

De acordo com uma minuta do decreto ao qual o Estadão teve acesso, haverá quatro medidas que são consideradas principais pelo governo.

A primeira vai permitir que a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Brasil) tenha instrumentos para estabelecer um preço-teto pelo uso dos gasodutos que levam o gás do alto-mar, onde ele é extraído, até a costa brasileira.