A Petrobras (PETR3;PETR4) reduziu, na última semana, em R$ 0,20 o preço do diesel comercializado nas suas refinarias. No entanto, há espaço para reduzir ainda mais o preço. De acordo com a Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis), os preços dos combustíveis no Brasil estão em patamares acima da paridade internacional.
De acordo com os dados da Abicom, para que os preços dos combustíveis sejam igualados ao mercado internacional, o diesel precisa reduzir mais 14%, enquanto a gasolina pode ter um corte de 8%.
Em média, o preço do diesel no Brasil está 10% acima do praticado no Golfo do México, usado como referência para calibrar a paridade de preços em relação ao mercado internacional.
Para se equiparar aos preços externos, seria necessária uma nova redução, de R$ 0,47 por litro, segundo a Abicom.
A gasolina também está com o preço descolado do Golfo, sendo negociada nas refinarias brasileiras com preço 9% superior.
Para equiparar os preços a queda poderia ser de R$ 0,31 por litro, informa a entidade, que vê uma janela de oportunidade para importações, dependendo do porto de operação.
Na última sexta-feira (5), o litro do combustível passou de R$ 5,61 para R$ 5,41, o que representa uma queda de 3,57%.
A Abicom afirma que a ligeira redução do câmbio e dos preços de referência da gasolina e, principalmente, do óleo diesel no fechamento de sexta foram o que interferiram na diferença.
Redução nos preços dos combustíveis surpreende mercado
A redução dos preços dos combustíveis anunciada na quinta-feira (4), pela Petrobras, pegou de surpresa o mercado, já que diretores da companhia haviam indicado na semana passada que não era o momento de mexer no preço do combustível.
Eles avaliavam que não era o momento por conta da persistência de volatilidade do mercado de petróleo e do câmbio, além das expectativas com o aumento do preço do diesel de setembro a novembro, quando a demanda deve crescer e a oferta seguir restrita.
De acordo com o Portal Terra, os EUA estão aumentando o estoque de diesel, ao mesmo tempo em que a Europa substitui o gás natural que vem sendo cortado pela Rússia pelo combustível fóssil.
Com a chegada do inverno nos próximos meses, a previsão é a de que o produto fique cada vez mais escasso e suba de preço, em um momento em que o Brasil estará transportando a safra agrícola por caminhões pelo País.
Na última quinta, o presidente Jair Bolsonaro elogiou a queda nos preços dos combustíveis e atribuiu a decisão ao novo presidente da empresa, Caio Paes de Andrade.