O índice global de preços de alimentos, calculado pelas Nações Unidas, registrou seu terceiro aumento mensal consecutivo em maio. Isso ocorreu devido aos preços mais altos dos cereais e dos laticínios, que compensaram as quedas nos preços do açúcar e dos óleos vegetais.
De acordo com a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), o índice de preços médio atingiu 120,4 pontos em maio, refletindo um aumento de 0,9% em comparação com o mês anterior, conforme anunciado pela FAO nesta sexta-feira.
No entanto, é importante notar que esse índice está 3,4% abaixo do registrado no mesmo período do ano anterior.
O índice da FAO tinha atingido seu nível mais baixo em três anos em fevereiro, quando os preços dos alimentos continuaram a cair em relação ao pico recorde estabelecido em março de 2022 após a invasão da Rússia na Ucrânia, um importante exportador de produtos agrícolas.
O aumento registrado em maio foi impulsionado pelos preços dos cereais, que subiram 6,3% em relação ao mês anterior.
Isso ocorre em meio a crescentes preocupações com as condições desfavoráveis das safras, que estão afetando as colheitas de 2024 em áreas-chave de produção como o norte da América, Europa e a região do Mar Negro.
Em um relatório separado sobre oferta e demanda de cereais, a FAO prevê que a produção mundial de cereais em 2024/25 se manterá em torno de 2,846 bilhões de toneladas, aproximadamente no mesmo nível da produção recorde de 2023/24.
Isso se deve ao aumento previsto na produção de cevada, arroz e sorgo, que compensará as quedas esperadas na produção de milho e trigo.
Inflação: alimentos pressionam os mais pobres em 2024
O INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) fechou 2023 no nível mais baixo em cinco anos para famílias de baixa renda. Agora, especialistas esperam que em 2024 a inflação venha acima do registrado no ano anterior.
Os alimentos estão mais caros em 2024 por conta da menor oferta devido a problemas climáticos. No ano passado, os alimentos mais baratos foram responsáveis pela redução da inflação apontada pelo indicador.O INPC registrou, em 2023, o crescimento de 3,17%, a menor taxa desde 2018, quando recuou 3,43%.
Já em 2024, o indicador cresceu de 0,57% para 0,81% entre janeiro e fevereiro, chegando à maior taxa mensal desde abril de 2022, quando computou alta de 1,04%. Com a elevação, o INPC em 12 meses chegou a 3,86%, o maior apresentado desde outubro do ano anterior.