Tudo indica que as mudanças estruturais recentes prevaleceram pelos próximos anos, com pressões inflacionárias e, consequentemente, juros mais altos. Contudo, o pano de fundo será o processo de adaptação dos portfólios para esse ambiente de inflação e taxas elevadas. Dado o nível atual dos indicadores, aparentemente as consequências dessas alterações causadas pela Covid-19 ainda não foram completamente absorvidas pelos agentes.
É observado pela XP que o ideal é se preparar para o pior e torcer para o melhor, isso implica em pensar numa gestão de longo prazo, como foi dito pela corretora: “Ao contrário do que possa parecer, ‘tiro curto’, day trading, oportunidade de curto prazo, ‘virar rápido a mão’, ‘all in’, nada disso funciona como geração de retorno no longo prazo. Os grandes ganhos não estão nesses termos aparentemente óbvios e milagrosos”.
Nesse sentido, conhecer a história e entender as principais tendências atuais são sempre boas referências, não apenas em relação às oportunidades que não estão precificadas mas às possíveis crises, afinal, elas não são antecipáveis.
A tendência que vem sendo mais discutida entre os analistas da XP é sobre inflação. Desde o final de 1980 os preços deram início a um declínio no mundo todo, por conta de vários fatores como a tecnologia/digitalização, globalização, independência dos bancos centrais, produtividades, envelhecimento da população e o “fator China” na contração do custo de produção.
Até o momento, existem diversas forças estruturais inflacionárias corroboram para uma visão de que a alta dos preços perderá a força. A pandemia da Covid-19 trouxe uma pressão e demandando pelo aumento de gastos na transferência de renda para grupos mais carentes, o que, segundo a XP, é mais capital para uma classe que consome mais.
Além disso, o Coronavírus também para o comércio global e cadeias de produção mais robustas, o que elevou o custo de produção das companhias. A transição da matriz energética sem uma alternativa imediata para a mudança elevou os gastos públicos e privados, e consequentemente aumentou o endividamento, o prêmio de risco de alguns países, desvalorizando as suas moedas e gerou um crescimento na pressão de financiamento.
Por outro lado, a XP destaca: “a tendência de longuíssimo prazo, de envelhecimento da população, aumento da reserva de poupança, taxas de crescimento declinantes e queda dos juros reais de equilíbrio, permanecem”.