O mercado de assessoria, que engloba consultoria financeira e de investimentos, tem registrado crescimento na participação feminina, transformando a dinâmica do setor.
O avanço da presença feminina na assessoria de investimentos também tem sido reconhecido por iniciativas que valorizam esse protagonismo. Um exemplo é a categoria “Assessora do Ano” do Prêmio Abai, que destaca profissionais que se sobressaem não apenas pela performance e excelência no atendimento, mas também pelo papel inspirador que exercem no setor.
Mais do que premiar resultados, a categoria celebra mulheres que contribuem ativamente para a educação financeira e abrem caminhos para outras, reforçando a importância da representatividade no ecossistema de investimentos.
Embora o avanço seja visível, profissionais do setor afirmam que ainda há obstáculos importantes a superar.
Para Cassiana Pizaia, assessora de investimentos na Valor, a mudança é fruto de uma combinação de fatores.
“O exemplo de outras mulheres que já atuam na área é fundamental. Isso mostra que é possível desempenhar o trabalho com excelência e incentiva mais gente a entrar”, afirma.
Andressa Bergamo, sócia-fundadora da AVG Capital, concorda. No mercado desde 2011, ela lembra que, naquela época, quase não via mulheres em eventos financeiros.
“Hoje, a presença é muito maior. É gratificante ir a um evento e encontrar tantas mulheres, algo que antes era raro. Isso nos dá força para lutar pelos nossos ideais”, diz.
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Além da inspiração vinda de quem já está no setor, ambas apontam que o papel cada vez mais ativo das mulheres na gestão do patrimônio familiar ajuda a abrir caminho.
“Muitas vezes somos nós que centralizamos a administração da casa, organizamos as finanças e tomamos decisões importantes”, observa Andressa
Barreiras e superações no mercado de assessoria
Apesar dos avanços, os relatos mostram que a entrada e a ascensão feminina ainda exigem resiliência. Cassiana lembra que, em alguns ambientes, é preciso provar constantemente que a mulher pode alcançar os mesmos resultados que os homens.
“O estereótipo de fragilidade ainda existe, e precisamos quebrar isso com trabalho consistente”, diz. Andressa também passou por situações desafiadoras, principalmente no início da carreira.
“Comecei muito jovem e ouvi coisas desmotivadoras, além de enfrentar humilhações. Isso me fez criar ‘casca grossa’, mas é algo que não deveria acontecer”, afirma e completa destacando que outro ponto recorrente é o desafio de equilibrar família e profissão.
“Conciliar os papéis de dona de casa, mãe e profissional não é simples. É preciso dividir o tempo para cuidar da família e conquistar espaço no mercado”, reforça Andressa.
O aumento da presença feminina já é percebido por quem acompanha o setor há mais de uma década, mas a igualdade numérica e salarial ainda está distante. Para Cassiana, a diversidade beneficia também o cliente, que passa a ter mais opções de atendimento e perspectivas diferentes na hora de investir.
Andressa vê o crescimento como prova de que o trabalho vem sendo bem feito. “Se não fosse assim, não conseguiríamos nos manter no mercado por tanto tempo. Estamos conquistando nosso espaço — e isso é só o começo.”
