BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O presidente da Caixa Econômica Federal , Pedro Guimarães, recebeu diagnóstico de Covid-19. A infecção foi confirmada pelo presidente Jair Bolsonaro neste domingo (26) nas redes sociais.
Guimarães esteve na comitiva que acompanhou Bolsonaro em Nova York para participar da Assembleia-Geral da ONU.
Com este diagnóstico, quatro integrantes do grupo que acompanhou Bolsonaro confirmaram infecção. Além de Guimarães, foram contaminados o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e um funcionário do cerimonial do Planalto.
Bolsonaro e a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, que viajou a Nova York, receberam resultado negativo em exame de Covid neste domingo (26).
Os ministros da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, e do Turismo, Gilson Machado, que também estavam na comitiva, divulgaram que fizeram exame e não têm Covid.
O diagnóstico de Queiroga foi confirmado na terça-feira (22). Ele segue isolado nos Estados Unidos para respeitar a quarentena sanitária.
Todos os membros da comitiva de Bolsonaro foram colocados em isolamento ao desembarcar no Brasil, na quarta-feira (23). A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) recomendou que novo exame fosse feito cerca de cinco dias após o último contato do grupo com Queiroga.
O presidente fez o exame e recebeu o resultado neste domingo, segundo nota do Planalto. Ele e os membros da comitiva que não tiveram diagnóstico da Covid estão liberados do isolamento.
A ministra da Agricultura, Tereza Cristina (DEM-MS), e o ministro da AGU (Advocacia-Geral da União), Bruno Bianco, confirmaram a infecção na sexta-feira (24). Eles não estavam na comitiva de Bolsonaro em Nova York.
Somando os diagnósticos desta semana, 18 ministros de Bolsonaro já foram infectados pela Covid. A conta considera autoridades que já deixaram o governo, como Ricardo Salles, mas que confirmaram o contágio enquanto estavam no cargo de ministro.
Ao anunciar a infecção do presidente da Caixa, Bolsonaro destacou que Guimarães recebeu duas doses da vacina da Pfizer.
Bolsonaro promove campanha de desinformação e desestimulo ao uso das vacinas.
Mas membros da comitiva de Bolsonaro, incluindo Guimarães e Eduardo, não usaram máscaras e fizeram aglomerações em alguns momentos da viagem aos Estados Unidos, aumentando as chances de contaminação.
Mesmo depois de saber da infecção de Queiroga, o presidente cumprimentou apoiadores. Também não há como afirmar que Guimarães se infectou na viagem a partir das informações já divulgadas.
A vacina da Pfizer, assim como outras, têm eficácia e segurança reconhecidas pela Anvisa. São necessárias duas doses deste imunizante para alcançar a proteção medida nos estudos.
As chances de contaminação caem após a vacinação, mas não há como impedir o contágio. A própria Anvisa afirma que entre os principais ativos dos imunizantes está a redução dos casos graves.
Os dados do SUS mostram queda de internações após o começo da campanha de vacinação.
Bolsonaro também afirmou nas redes sociais que Guimarães está medicado. “Desejamos pronta recuperação”, disse.
O presidente não detalhou qual tratamento do presidente da Caixa, mas é uma bandeira da gestão Bolsonaro o uso de medicamentos sem eficácia para a Covid, como a cloroquina.
Em reunião ministerial de 22 de abril de 2020, que teve gravação divulgada por decisão do STF, Guimarães disse que tomaria “um litro” de hidroxicloroquina se fosse infectado.
Guimarães era esperado em evento de mil dias do governo Bolsonaro. Na segunda-feira (27) o Planalto abre as celebrações sobre o marco justamente com anúncio relacionado à Caixa.
Assessores do Palácio do Planalto e pessoas próximas ao executivo afirmam que, desde o início da pandemia -quando a Caixa passou a operar o pagamento do auxílio emergencial por um aplicativo-, Guimarães vislumbra a possibilidade de ingressar na vida política.