A prévia da carga tributária (peso dos impostos e demais tributos sobre a economia) avançou para 33,9% do Produto Interno Bruto, em 2021, divulgou nesta segunda-feira (4) o Tesouro Nacional. Em 2020, o mesmo indicador tinha atingido 31,76%, diferença de 2,14 ponto percentual. As informações são da Agência Brasil.
De acordo com o Tesouro, dois fatores foram relevantes para a diminuição da carga tributária. O primeiro foi a reversão de várias isenções e reduções de tributos concedidas durante a fase mais aguda da pandemia de covid-19. Somente a restauração das alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre o crédito respondeu por um aumento de 0,27 ponto percentual do PIB.
Já o segundo fator, foi a recuperação da atividade econômica depois da contração de 2020. Com a alta na produção e no consumo, mais pessoas pagam impostos. Isso pode ser explicado pelo aumento de 1,28 ponto percentual do PIB na arrecadação de tributos sobre bens e serviços.
Sobre a arrecadação do Imposto sobre a Circulação sobre Mercadorias e Serviços (ICMS), aumentou 0,58 ponto percentual do PIB em 2021. Além da recuperação do consumo, a alta reflete o encarecimento de produtos e serviços que subiram acima da inflação no ano passado, como eletricidade e combustíveis.
Além disso, outros tributos se destacaram na subida da carga tributária que foram: O Programa de Integração Social (PIS) e a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), com crescimento de 0,22 ponto percentual, e o Imposto sobre Serviços (ISS), administrado pelos municípios, com alta de 0,06 ponto percentual. Os dois tributos são ligados ao consumo e refletem a alta nas vendas.
O Tesouro normalmente divulga a estimativa própria da carga tributária do ano anterior no mês março, porém por conta da operação-padrão e das paralisações dos servidores do órgão, a divulgação passou para a primeira semana de abril.