A arrecadação dos planos de previdência privada aberta em janeiro e fevereiro de 2024 foi de R$ 31,2 bilhões, uma alta de 23,9% em comparação ao mesmo período de 2023, segundo levantamento da Fenaprevi (Federação Nacional de Previdência Privada e Vida).
Os resgates somaram R$ 21,4 bilhões no primeiro bimestre, queda de 1,6% na mesma base de comparação. Descontados os resgates do montante arrecadado, o resultado da captação líquida foi de R$ 9,8 bilhões no dos primeiros meses, alta de 185,1% em relação ao mesmo período do ano passado.
No acumulado dos últimos 12 meses (considerando o período terminado em fevereiro de 2024), o crescimento foi de 11,7% nos prêmios e contribuições, superando R$ 176 bilhões.
Já a captação líquida cresceu 48,9%, somando 49,4 bilhões. Os resgates subiram apenas 1,8%, abaixo da inflação no período, totalizando R$ 126,8 bilhões nos últimos doze meses.
De acordo com o relatório, 11,1 milhões de pessoas possuíam um plano desta natureza, sendo que 80% na modalidade individual e os demais na coletiva.
A Fenaprevi destaca que os ativos em planos de previdência privada representam cerca de 13% do PIB (Produto Interno Bruto), ou seja, cerca de R$ 1,4 trilhão.
Haddad expressa preocupação com contas da Previdência
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), nesta terça-feira (16), enquanto está em Washington para as reuniões de primavera do FMI (Fundo Monetário Internacional), expressou preocupação com as contas da Previdência, com a aprovação de projetos no Congresso e declarou que o governo deve recorrer à justiça.
Além disso, Haddad declarou que acredita que os fundamentos da economia nacional “estão melhores do que um ano atrás”. Ele afirmou que os ajustes realizados pelo governo garantiriam uma melhora, tanto no ponto de vista da despesa quanto da receita.
“Nós não vamos ter o gasto primário que tivemos no ano passado. Nós não vamos ter a receita primária que nós tivemos no ano passado. A receita vai ser bem melhor, a despesa vai ser bem menor. De onde vem a arrecadação? Das medidas que o Congresso aprovou”, disse Haddad, de acordo com o “Valor”.
O ministro também destacou que a renovação da desoneração, especialmente nos municípios, não estava no radar.
“Desonerar a folha de município é uma coisa que esbarra na reforma da Previdência, que todo mundo defendeu, desse ponto de vista, o tempo todo. Todos os partidos defenderam que a Previdência não podia perder receita. Aí entra uma emenda, em um PL. O presidente veta, derrubando o veto, nós reabrimos a discussão”, pontuou.