O UBS BB afirmou em relatório, divulgados a cliente e mercado, na sexta-feira (10) que o principal risco para a inflação brasileira em 2025 é o câmbio. O banco estima um dólar de R$6 no final do ano, com uma trajetória volátil nesse intervalo.
Com informações do portal Investing, especialistas ouvidos pela reportagem, indicaram que o grupo mais afetado pela variação da moeda seria a indústria. “Dada a nossa perspectiva de estabilidade cambial, esperamos que o grupo acelere nos 12 meses até meados de 2025, ainda impulsionado pela depreciação passada, antes de recuar para cerca de 2% novamente no 2S25”, comentam os economistas.
A inflação divulgada na sexta-feira também não muda a estimativa do UBS BB para as taxas de juros. Com os últimos dados divulgados pelo COPOM (Comitê de Política Monetária) a expectativa de duas altas permanece de um p.p para as reuniões de janeiro e março.
“Esta tem sido nossa premissa desde então, e não acreditamos que este comunicado leve o BCB a alterar seu guidance. A Selic pode chegar a 14,25% em março, contra os atuais 12,25%”, destacam os economistas.
Fluxo cambial de 2024 tem maior perda desde 2020
No acumulado de 2024, o fluxo cambial do Brasil foi negativo em US$ 18,014 bilhões, segundo dados preliminares divulgados nesta quarta-feira (8) pelo BC (Banco Central). Esta foi a maior saída líquida de dólares do País desde 2020, período em que o fluxo foi negativo em US$ 27,923 bilhões.
Em paralelo a isso, a saída de dólares registrada em 2024 foi a terceira maior da série histórica do BC, iniciada em setembro de 2008 – atrás apenas de 2020 e de 2019, quando as retiradas da moeda do Brasil somaram valor de US$ 44,768 bilhões.
Enquanto isso, o fluxo financeiro – que inclui os investimentos estrangeiros diretos e em carteira, remessas de lucro, pagamento de juros e outras operações – foi negativo em US$ 87,214 bilhões no ano passado.
Esse número foi a maior saída líquida através desse canal na série histórica do BC. O recorde até então era de 2019, quando foi fluxo negativo em US$ 65,792 bilhões, segundo o “InfoMoney”.
O canal financeiro registrou, ao todo, uma soma de R$ 592,171 bilhões em compras, ao passo que as vendas atingiram US$ 679,385 bilhões.