O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês) em Brasília publicou um relatório publicado nesta quinta-feira (2) indicando que a produção de carne de frango do Brasil deverá atingir 14,72 milhões de toneladas em 2022, alta de 3% na comparação anual, impulsionada pela forte demanda externa e pelo aumento no consumo doméstico. As informações são da Reuters.
O posto do órgão norte-americano no Brasil mostrou que tanto as exportações quanto o consumo interno, que já bateram recordes históricos neste ano, tendem a crescer 3% no ano que vem, para 4,17 milhões de toneladas e 10,54 milhões de toneladas, respectivamente.
“Em 2021, as exportações avançaram 5%. No geral, os embarques devem permanecer pouco acima de um quarto da produção total, com a China sendo o principal destino da carne de frango brasileira”, disse a representante do USDA Camila Aquino.
Aquino ainda acrescentou que os surtos de peste suína africana enfrentados pela China desde 2018 têm dado maior oportunidade às carnes do Brasil no mercado externo, em movimento também apoiado pela desvalorização do real frente ao dólar.
Ela também chamou atenção para o rápido aumento nos preços de insumos utilizados na produção de frango, que apuraram alta de 40% nos últimos 12 meses e têm pressionado as cotações da proteína.
Entre os principais aumentos está o do milho, usado como ração para os animais.
“Os altos preços da ração animal comprimiram a lucratividade do setor… O milho, por exemplo, representa cerca de 70% da ração dada aos animais. A quebra de safra do milho resultou em ofertas escassas e altos preços no mercado doméstico”, disse.
O USDA também mencionou sobre a crise econômica que o país tem enfrentado, onde levou a população a ampliar o consumo de carnes mais baratas, como a de frango outro fator de impulso aos preços da proteína.
O Brasil é o segundo maior produtor de carne de frango do mundo, atrás somente dos Estados Unidos, mas ocupa o posto de maior exportador global da proteína, tendo como principais clientes são China, Arábia Saudita e Japão.