RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Pressionada pela escassez de insumos e pelo aumento de custos nas fábricas, a produção industrial teve queda de 1,3% em julho, em relação ao mês imediatamente anterior, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quinta-feira (2).
Com o resultado, o indicador voltou a ficar abaixo do patamar pré-pandemia. Está em nível 2,1% inferior ao de fevereiro de 2020. Na comparação com julho de 2020, houve alta de 1,2%.
Segundo o IBGE, a produção industrial acumulou alta de 11% nos sete primeiros meses do ano. Em 12 meses, houve avanço de 7%.
Após ser prejudicada pela chegada da pandemia, no primeiro trimestre de 2020, a indústria ensaiou reação ao longo do ano passado, no embalo da reabertura de atividades e dos programas de estímulo à economia. Esse movimento, contudo, perdeu fôlego na primeira metade de 2021.
Para complicar a situação, a escassez de insumos tem sido acompanhada pela disparada de preços. De janeiro a julho, a inflação na indústria, medida pelo IPP (Índice de Preços ao Produtor), teve disparada de 21,39%. A variação em sete meses já é maior do que a verificada em todo o ano de 2020 (19,38%), mostram dados divulgados pelo IBGE no último dia 27.
O IPP mede a variação dos preços na “porta de entrada das fábricas”, sem o efeito de impostos e fretes. Ou seja, capta os valores de mercadorias usadas nas linhas de produção.
Pesquisa recente da CNI (Confederação Nacional da Indústria) retrata esse temor. Segundo o estudo, nove em cada dez empresários do setor relatam preocupação com a escassez de chuva.
Os dados apontam que os industriais temem principalmente o aumento nos custos de energia (83%). Possível racionamento (63%) e chance de interrupções no fornecimento de luz (61%) também são ameaças citadas.