Produção industrial fica 2,1% abaixo do nível pré-pandemia em julho

Houve uma queda de 1,3% na produção industrial no mês de julho.

Na passagem de junho para julho a produção industrial registrou uma queda de 1,3%, após a queda de 0,2% do mês anterior. O resultado indica que a produção ficou 2,1% abaixo do período pré-pandemia, como mostraram dados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM) divulgados nesta quinta-feira (2) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O número negativo vem após alta de 1,2% em maio. Ao todo, no ano, a indústria acumula avanço de 11%, já em doze meses, a elevação é de 7%.

A retração de julho alcançou 19 dos 26 ramos compilados. “Em linhas gerais, o comportamento de julho não difere muito do que a gente vem observando ao longo deste ano, já que dos sete meses, em cinco houve queda”, explicou o gerente da pesquisa, André Macedo, em relatório.

O pesquisador explica que o resultado mostra que o mercado ainda sente os efeitos da pandemia. Vale lembrar que a variante Delta da Covid-19 tem preocupado os mercados, e no início do ano alguns pontos do país tiveram de adotar novas medidas restritivas, interrompendo as atividades de algumas empresas, e hoje o setor sofre o encarecimento da produção.

Em janeiro de 2021 a produção industrial chegou a ficar 3,5% acima do patamar pré-pandemia.

Os efeitos da demanda doméstica também afetaram a indústria, principalmente pela queda de 10,2% no setor de bebidas, que interrompeu três meses de ganhos. O setor de produtos alimentícios também pressionou o índice, com queda de 1,8%, a segunda consecutiva.

“Há dificuldade das pessoas em obter emprego, com um contingente importante fora do mercado de trabalho, a precarização do emprego e a retração na massa de rendimento, como mostrou a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, divulgada na terça-feira (31) pelo IBGE”, explica Macedo.

A produção industrial afeta toda uma cadeia. “O resultado da indústria está no escopo dos resultados de renda, emprego e inflação mostrados pelas demais pesquisas”, observa o pesquisador.